O tempo de permanência de um CMO no cargo é um assunto recorrente, mas não existia aqui no Brasil um estudo que mostrasse qual é esse tempo. No CMO Summit desde ano, no entanto, apresentamos um raio-X do CMO, que incluiu esse importante dado. O levantamento foi feito em uma pesquisa com os executivos participantes do evento e entre os habitantes do Mundo do Marketing em parceria com o Instituto Qualibest.
No Brasil, 56% dos CMOs ficam até dois anos no cargo. Outros 24% permanecem na cadeira por no máximo quatro anos e apenas 20% ocupa esta vaga por mais de cinco anos. É, sim, um dado alarmante a partir da perspectiva de que o CMO moderno deve ser o braço direito do CEO e capitanear o crescimento das empresas. Sem falar na questão de consistência da marca.

Historicamente, executivos de Marketing acabam atuando como políticos. A cada gestão, joga-se fora tudo que foi feito até então e muitas vezes começa-se um trabalho do zero ou, pior, surgem os famigerados reposicionamentos que desconfiguram marcas, produtos e serviços.
Mas vamos olhar sob outra perspectiva. Você já parou para pensar que um CMO hoje parece um técnico de futebol? São diversos os campeonatos disputados simultaneamente, muitas partidas, VAR, um time que você não escolhe, torcida e mídia opinando e cobrando resultados. Não basta vencer algumas partidas. Tem que ganhar todos os campeonatos. Se tiver resultados ruins, troca-se o técnico.
Do lado do CMO, vemos muitas e muitas disciplinas a serem equilibradas, com multicanais, tecnologia, parceria com o comercial, consumidores e stakeholders cobrando. Se errar, corta-se a cabeça do principal e executivo de Marketing. Esse paralelo mostra como é complexo ser CMO hoje e não é à toa que ele tem uma das cadeiras mais quentes.
O único caminho para reverter esse cenário é cercar-se de um time com vontade de vencer, que esteja de olho nos dados, na tecnologia e na integração não apenas com o comercial, mas com produto, logística, RH, toda a empresa. O ambiente é complexo, mas há meios para vencer.
Porque ser vencedor não significa apenas bater metas trimestrais ou entregar campanhas de impacto. Significa construir legado. Marcas memoráveis não nascem de projetos apressados ou lideranças instáveis. Elas exigem continuidade, visão de futuro e coragem para sustentar um posicionamento com consistência, mesmo quando o jogo aperta.
Ser CMO hoje é atuar na linha de frente da transformação, com resiliência de maratonista e espírito de técnico campeão. Por isso, mais do que nunca, é hora de olharmos para essa cadeira com a seriedade que ela merece. Não como trampolim, mas como pilar estratégico de negócios duradouros.
Porque Marketing, no fim das contas, é sobre conexão e nada conecta mais do que histórias que resistem ao tempo.
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