A influência digital está cada vez mais presente no comportamento de compra dos consumidores. Um estudo da Youpix, em parceria com a Nielsen, apontou que dois terços dos consumidores não se arrependeram de adquirir produtos recomendados por influenciadores digitais. Além disso, 45% dos entrevistados afirmaram que suas expectativas são superadas quando definidas em uma indicação.
O relatório “O Efeito da Influência no Consumo” reforça o impacto dos criadores de conteúdo na decisão de compra, mostrando que a proximidade e a influência são fatores determinantes para a correção das recomendações. Por outro lado, entre o terço dos consumidores que se arrependeram após uma compra influenciada, 61% apontaram a baixa qualidade do produto como motivo principal, enquanto 38% atribuíram o arrependimento a uma publicidade enganosa por parte do influenciador.
Os dados mostram que a conexão entre influenciadores e suas audiências cria um ambiente propício para o consumo, pois as recomendações são feitas de forma mais humanizada e próxima, diferentemente da publicidade tradicional. Segundo Fabio Gonçalves, diretor de talentos internacionais da Viral Nation e especialista no mercado de Marketing de influência, essa relação de confiança é o que garante o alto nível de satisfação dos consumidores.

“Quando um criador indica um produto, ele compartilha sua própria experiência e mostra como aquilo se encaixava no dia a dia. Esse formato gera recompensa e incentivo à compra, porque os seguidores sentem que a recomendação vem de alguém que realmente conhece o produto e acredita nele”, explica.
A pesquisa reforça esse ponto ao indicar que os conteúdos que mais impulsionam a decisão de compra são aqueles que demonstram a aplicação prática do produto, como tutoriais e dicas de uso. Esse formato dá ao consumidor maior segurança para investir no item, já que ele pode visualizar sua funcionalidade antes mesmo da compra.
A transparência como peça-chave
Outro aspecto fundamental para a consolidação da influência digital é a transparência na comunicação entre criadores e seguidores. Fabio Gonçalves destaca que a honestidade sobre conteúdos patrocinados tem sido cada vez mais valorizada pelo público.
“Os consumidores não se importam que uma recomendação seja paga, desde que o influenciador deixe claro que o conteúdo é patrocinado e, ainda assim, faça uma avaliação sincera do produto. O público percebe quando há novidades, e isso impacta diretamente na confiança que depositam nas periodicidades”, afirma.
O especialista reforça que, para manter essa contrapartida, é essencial que agências e marcas incentivem os influenciadores a aceitarem apenas campanhas que tenham fidelidade com seu nicho e estilo de vida. Na Viral Nation, por exemplo, os talentos são orientados a priorizar parcerias consistentes com seus conteúdos e a sempre testar os produtos antes de recomendá-los.




Curadoria cuidadosa para evitar campanhas precipitadas
O estudo também aponta que a falta de alinhamento entre o influenciador e o produto promovido pode levar à perda de contrapartida e a uma experiência negativa para os consumidores. Por isso, Gonçalves destacou a importância de uma curadoria criteriosa das campanhas, tanto por parte dos criadores quanto pelas agências que os representam.
“Muitas vezes, propostas de parceria parecem irresistíveis financeiramente, mas cabe ao influenciador avaliar se aquele produto realmente faz sentido para seu público. Nossa recomendação é que os criadores recusem campanhas caso não acreditem no produto ou se a marca exigir um conteúdo sem que ele tenha tempo de testar e comprovar a eficácia”, explica.
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