Para os gamers dos anos 1980 e 1990, poucas marcas são tão icônicas quanto a Tectoy. A empresa foi a responsável pela introdução dos consoles Master System, Mega Drive e Dreamcast, fabricados pela Sega, no mercado brasileiro.
O sucesso dos consoles marcaram a chamada era de ouro do mercado gamer nacional e alçaram a Tectoy a uma vistosa posição de liderança no setor. Do alto desta posição, em 2009, a empresa lançou o Zeebo, console de 7ª geração de fabricação própria, desenhado para rivalizar com consoles robustos como o XBOX 360 e o PlayStation 3. A iniciativa não vingou, e as operações envolvendo o Zeebo foram interrompidas em 2011.
Colecionando mais êxitos do que falhas, oito anos mais tarde, em 2019, a empresa, que ao longo dos anos, se notabilizou pela fabricação de produtos em tecnologia, foi adquirida por um grupo de investidores que logo percebeu a necessidade de reestruturar o núcleo operacional.
As mudanças operacionais envolveram a transferência do foco dos videogames para o setor de pagamentos e automação comercial. “Desde a estruturação inicial, percebemos que era impossível viver só de videogames. Esse é o grande ponto. Não tínhamos valores, volumes, e o próprio mercado não era favorável. Ao mesmo tempo, queríamos revitalizar a marca para, no médio e no longo prazo, trazer a linha de produtos que tanto marcou a empresa”, conta Valdeni Rodrigues, CEO TecToy, ao Clube Mundo do Marketing. Dos games aos meios de pagamentos
Player importante no setor de tecnologia e eletrônicos, a Tectoy sempre prezou pela inovação. Não por acaso, os novos rumos mirados pela nova direção fizeram da companhia uma das pioneiras na exploração da tecnologia SmartPOS no Brasil. “Contando com o apoio de parceiros e investidores, incorporamos a Transire Eletrônicos a nossa operação e alcançamos a primeira posição no ranking de máquinas de pagamentos para o mercado brasileiro”, relembra Rodrigues.
A parceria foi benéfica para Tectoy, e contribuiu para a aceleração no progresso de um plano financeiro traçado para trazer para a companhia um faturamento entre R$ 100 e 200 milhões em um período de dois anos. “Junto a Transire, colocamos mais de 5 milhões de maquininhas de pagamento no mercado todos os anos. Se considerarmos toda a história desde 2017, devemos bater, em meados do ano que vem, 50 milhões de equipamentos distribuídos no mercado. É um número extremamente expressivo”, prossegue.
A transição de mercados provocou mudanças drásticas na natureza das vendas realizadas pela TecToy. Atualmente, 90% do volume de vendas da companhia é direcionado ao canal B2B. “Fornecemos tecnologia de pagamento para grandes bancos e financeiras, como Pagseguro, Cielo, Getnet e Stone. Eles compram as nossas máquinas, e nós entregamos a plataforma certificada de acordo com as exigências de segurança para as transações financeiras”, explica o CEO.
Os 10% de vendas restantes, destinados ao mercado B2C, estão ligadas a um amplo portfólio tecnológico, que inclui, além de consoles como o Master System, itens como notebooks, smartwatches e smartphones. “Nosso objetivo é entregar produtos de qualidade. Por isso, o grande foco do pessoal de pesquisa e desenvolvimento é a redução de custos. Assim, podemos desenvolver produtos bons, tecnológicos e acessíveis principalmente para as classes B e C”, finaliza Rodrigues.
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