Nos palcos e fora deles, Maia Mau, Diretora de Marketing do Google Brasil, fala de tecnologia com a naturalidade de quem acompanhou de perto algumas das maiores transformações digitais do país.
Há 14 anos na companhia, a profissional atravessou ciclos que mudaram o comportamento do consumidor: da popularização dos navegadores à explosão dos criadores no YouTube, da virada para o mobile ao momento atual, em que a inteligência artificial (IA) redefine de vez a forma de consumir, produzir e anunciar conteúdos críticos nos meios digitais.
“Meu papel hoje é muito voltado à educação. Preciso ajudar as pessoas a usarem mais a IA e integrarem isso ao dia a dia, seja na produtividade, seja na criação, O desafio não é diferente quando penso nos anunciantes: como eles podem usar a análise de dados de uma forma mais estratégica e aproveitar melhor as nossas ferramentas para alcançar o consumidor de maneira mais eficiente?”, questionou a Diretora, em bate-papo com o CMO Agenda.

O momento atual
A palavra que melhor define o momento atual da companhia no país é democratização. Depois de ter atravessado a era do desktop e a revolução mobile, em meados das décadas de 2000 e 2010, a inteligência artificial inaugura um ciclo ainda mais profundo, que já está transformando tanto empresas quanto consumidores.
Nesta frente, produtos como o Performance Max (PMax) e o Demand Gen permitem que anunciantes criem campanhas automatizadas, com a própria tecnologia decidindo a melhor forma de adaptar criativos e alcançar consumidores.
“Estamos vivendo uma revolução muito maior do que a do mobile. Mais de 50% das empresas brasileiras já utilizam inteligência artificial em alguma etapa de seus processos, e um terço delas já percebe resultados superiores ao que tinham antes da adoção”, afirmou Maia.
Hoje, a jornada não é mais um funil simples: pessoas estão buscando, rolando, assistindo e comprando, tudo ao mesmo tempo. Neste panorama, a inteligência artificial ajuda clientes e anunciantes a encontrar o consumidor no momento certo, com a mensagem certa e, claro, com uma mão certeira da tecnologia.
“Temos cases de clientes que mostram bem esse impacto. A Droga Raia, por exemplo, alcançou um aumento expressivo de resultados depois de adotar o uso de dados em suas plataformas e integrar esse processo às ferramentas de inteligência artificial. Os efeitos positivos aparecem, sobretudo, na hora de criar as campanhas. Nesse momento, conseguimos acionar recursos que ampliam muito a performance”, ilustrou a diretora.

Mesmo a grande chancela de criadora de conteúdo não torna o Google imune a dar uma espiadinha nos que os vizinhos fazem esporadicamente. Diariamente, a empresa percebeu que os rumos tomados por outras empresas mostram caminhos valiosos para a evolução e implementação das ferramentas trabalhadas pela companhia.
“Gosto de acompanhar cursos, newsletters, podcasts, ouvir a experiência de outras pessoas e entender o que está acontecendo fora da nossa bolha. Olho para o que outras empresas estão lançando, como a concorrência se movimenta e de que forma estão usando inteligência artificial. É fascinante ver até onde podemos chegar criativamente. No fim das contas, meu trabalho é esse: correr atrás das novidades, aprender e me manter atualizada”, admitiu Maia.
O futuro próximo: busca inteligente e Copa do Mundo no YouTube
Além da inteligência artificial aplicada à publicidade, o Google prepara novidades relevantes para o consumidor brasileiro. Uma delas é o AI Mode, um módulo de busca com recursos avançados, capaz de oferecer respostas mais completas e interativas, inclusive com tabulação de dados. Outra é o Image to Video, já disponível no país, que transforma imagens em vídeos automaticamente.
No YouTube, o destaque vai para os vídeos curtos no Shorts, hoje vistos pela própria empresa como “um novo YouTube dentro do YouTube”. Mas a grande aposta é a transmissão esportiva: pela primeira vez, todos os jogos da Copa do Mundo serão transmitidos ao vivo no YouTube e na CazéTV.
“Se pensarmos no que custava transmitir uma live em 2010, com caminhões e satélites, e no que temos hoje, é uma transformação surreal. Democratizar esse acesso é parte da missão do Google”, disse Maia.
Outro exemplo de atenção ao mercado brasileiro foi o lançamento de um recurso de segurança no Android que bloqueia automaticamente a tela do celular em caso de roubo — tecnologia desenvolvida inicialmente no Brasil e depois expandida globalmente. “É a prova de como olhar para a realidade local pode gerar soluções que beneficiam milhões de pessoas”, afirmou.
Uma trajetória guiada pela curiosidade
Maia Mau chegou ao Google em 2011, depois de uma carreira em agências e um MBA que marcou sua transição de profissional de criação para estrategista de negócios. Seu primeiro desafio foi liderar o Marketing do Chrome, em uma época em que grande parte do público sequer sabia o que era um navegador.
“Foi quase como criar uma categoria do zero. O consumidor simplesmente clicava no ícone da internet sem se dar conta de que existiam opções. Nossa missão era explicar isso e mostrar que valia a pena mudar”, narrou.
O passo seguinte foi o YouTube, onde viveu o início da era dos criadores de conteúdo e as primeiras transmissões ao vivo no Brasil. “Lembro da primeira live, em 2010, com o Luan Santana ainda no começo da carreira. O produto nem existia comercialmente e já tínhamos marcas patrocinando. Tivemos até que criar um gadget para permitir comentários durante a transmissão. Era tudo muito experimental”, recordou.
Essa abertura ao novo foi determinante para o crescimento da profissional, que se orgulha de nunca ter seguido fórmulas prontas – um diferencial que muito contribuiu para sua trajetória de liderança e inovação. “Meu caminho sempre foi me manter curiosa, inquieta e atualizada. Isso é o que me trouxe até aqui”, garantiu.
A conversa completa com Maia Mau no CMO Agenda está disponível no YouTube do Mundo do Marketing. Acesse já!
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