Expansão. Este é o termo que define e provavelmente continuará definindo a natureza da Inteligência Artificial agora e nas próximas décadas. Até o momento, nenhum outro termo descreve com tanta clareza e justiça a ferramenta que está transformando o relacionamento entre homens e máquinas em diversas camadas de contato.
Neste contexto, o universo corporativo celebra a expansão de possibilidades ofertadas pela IA, que entre outras coisas, já se provou crucial para o desenvolvimento de processos operacionais e ritmos de trabalho cada vez mais eficientes e menos onerosos. Por outro lado, o olhar para a tecnologia ainda esbarra em um ponto de temor. Afinal, o futuro sob o reinado da IA ainda é desconhecido e podemos apenas supor o que está por vir.
Algumas destas suposições foram levadas ao palco do CMO Summit no debate “O Futuro do Marketing: O Impacto da Inteligência Artificial nos Próximos Meses e Anos”, mediado por Juliana Tubino, com a participação de Fernanda Belfort, Head de Soluções de Marketing da SalesForce, Juliano Tubino, CEO da RD Station e Rodrigo Helcer, Co-Founder de STILINGUE by Blip.
IA a Curto prazo e longo Prazo
Abrindo as discussões sobre o tema, Helcer pontua nuances já palpáveis, que se estendem do presente ao futuro próximo, cruciais para o Marketing moderno. “A Inteligência Artificial consegue pegar bilhões de conversas nos ambientes digitais - redes sociais, notícias, fóruns de discussão e conversas em canais de atendimento - e resumir o que as pessoas estão falando sobre as nossas marcas e os nossos produtos, o que elas aprovam e desaprovam”, começou.
Partindo deste ponto, o Co-Founder destaca o que considera ser um dos maiores desafios gerados pelo poder da Inteligência Artificial. “Criar conteúdo é o que está na moda, mas uma coisa que já começamos a ver agora e acreditamos que será ainda mais comum ao longo do tempo é a necessidade de sumarizar todo esse volume de conteúdos, sintetizar de forma efetiva tudo aquilo que estão falando sobre as nossas marcas. Precisamos achar as agulhas nos palheiros”, adverte.
Também citando um desafio que deve se estender ao longo do tempo, Juliana celebra a Inteligência Artificial como o “sonho de todo Marketeiro” mas adverte sobre um elemento que as máquinas, por si só, não são capazes de entregar. “O grande desafio é usar a tecnologia para usar dados de uma forma mais humana: entender as pessoas e entregar o que faz sentido. A IA nos ajuda a decodificar histórias e construir olhares preditivos que indicarão o próximo passo na nossa relação com os clientes”, pontua.
Se, por um lado, não é difícil fazer projeções sobre o impacto da IA nos próximos anos, por outro, realizar um prognóstico sobre a magnitude das ferramentas inteligentes nas próximas décadas representa um trabalho mais complexo. Não raro, os argumentos que orbitam ao redor da ideia de máquinas substituindo a força de trabalho humana ganham força e voltam à mesa de conversa.
Para Tubino, no entanto, a história já se encarregou de provar que essas preocupações, embora fundadas, não deverão se confirmar. “Enquanto o ser humano estiver no controle, nossa relevância através da criatividade continuará sendo a protagonista. Somos uma geração que viu o boom das ferramentas tecnológicas. Fábricas antigas de carros, por exemplo, tinham mesas gigantes com desenhos dos carros, feitos a mão pelos funcionários. De repente, veio o Autocad e outras ferramentas de modelagem e por um momento pensamos que a profissão do designer estava finita - nunca houve tantos designers no mercado quanto há hoje”, finaliza.
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