Para um consumidor indeciso, a qualidade de um produto é e sempre será um importante fator de escolha nas gôndolas dos supermercados. No entanto, os “tempos de vacas magras” existem e, nestas circunstâncias, preços baixos tendem a se tornar o principal drive de compra.
Neste panorama, marcas que conseguem mesclar qualidade e preços acessíveis em seu portfólio de produtos têm grandes chances de se destacar, e esta é uma realidade regional: na América Latina, 52% dos consumidores argentinos tendem a trocar de marca para economizar, enquanto 49% dos brasileiros mudam de loja em busca das melhores ofertas.
Os dados, divulgados pela Mintel na palestra "Marcas próprias na América Latina: uma oportunidade de crescimento", sugerem um contexto favorável à expansão de marcas menores, sem grande destaque no mercado, mas conhecidas por praticarem preços mais acessíveis em comparação às gigantes da indústria.
Potencial para crescimento
Segundo Ana Paula Gilsogamo, Senior Consumer Research Analyst da Mintel, embora esse mercado ainda esteja em desenvolvimento na América Latina, representando cerca de 15% dos lançamentos de produtos em 2023, ainda há um grande potencial de crescimento a ser explorado em termos de inovação e diversificação de produtos na região.
Na avaliação da especialista, atualmente, três tendências se destacam no panorama de crescimento das marcas próprias na América Latina. A primeira delas é a busca por conforto e bem-estar emocional. Gilsogamo pontua que o consumo de alimentos e bebidas está cada vez mais associado a estas percepções, especialmente em tempos de incerteza.
A segunda tendência é a conveniência. Sabendo que a praticidade é um fator cada vez mais relevante para o consumidor, produtos fáceis de preparar e que economizam tempo são amplamente valorizados, especialmente por consumidores que enfrentam jornadas de trabalho longas e deslocamentos demorados.
A terceira, sustentabilidade, está alinhada à demanda por práticas mais ecológicas por parte de consumidores cada vez mais conscientes, embora a disposição para pagar por produtos sustentáveis (mais caros) ainda seja, de muitas formas, limitada.
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