Desde o início da recente democratização do acesso às ferramentas de Inteligência Artificial, muito se discute a respeito do impacto da tecnologia sobre a educação. Enquanto alguns apontam com entusiasmo para um novo leque de recursos, com o potencial de melhorar a forma com que as pessoas aprendem e ensinam, outros, mais cautelosos, temem a possibilidade de que os processos educacionais se tornem mais rasos e displicentes.
Tal discussão, no entanto, não se limita apenas ao que acontece dentro das salas de aula e nas maratonas de estudos dos alunos. E para Arthur Prandato Buzatto, presidente e mantenedor da Escola Vereda, a atual oferta tecnológica pode contribuir ricamente para um outro aspecto: a gestão das escolas brasileiras.
Buzatto argumenta que a gestão escolar reúne desafios muito variados. Desde a organização da grade curricular, professores e turmas até a definição de orçamento para diversas necessidades, que passam por questões estruturais, de equipamentos, material didático e alimentação. Neste mar de urgências, o uso de ferramentas adequadas faz com que os profissionais gastem menos tempo e dinheiro na execução de suas funções.
Mas quais seriam as ferramentas adequadas? De maneira simples, aquelas que melhor atendem às demandas identificadas por cada gestão. Atualmente, existem softwares dedicados ao auxílio nos gerenciamentos operacionais, financeiros e administrativos, bem como ferramentas para melhorar o planejamento cotidiano, a produtividade dos educadores, o suporte aos pais e responsáveis e a segurança de dados.
Além disso, Buzatto ressalta que a grande variedade de ferramentas disponíveis deve ser encarada como um conjunto de recursos que, posteriormente, contribuirá para o fortalecimento de um trio benéfico ao funcionamento escolar. Para o presidente, o sucesso neste segmento nasce da combinação de uma combinação de gestão eficaz, tecnologia de ponta e compromisso com impacto social.
A aplicação prática
Buzatto conta que a Escola Vereda atua com a abordagem CSC: Centro de Serviço Compartilhado. Segundo ele, a estratégia funciona muito bem no ramo da educação, principalmente quando há mais de uma unidade em funcionamento.
O centro compõe uma estrutura organizacional que padroniza informações e processos, fazendo com que todos os profissionais tenham acesso aos mesmos dados e sejam orientados a agir seguindo um mesmo padrão.
A Vereda também desenvolve sistemas próprios para resolver problemas e aprimorar questões internas. A instituição possui um sistema de elaboração da grade dos professores, que identifica períodos em que eles estão desocupados e evita o pagamento dessas "aulas vagas". Isso resulta em um custo cerca de 35% menor com a folha de pagamento.
Outros softwares desenvolvidos internamente incluem programas de otimização e distribuição do conteúdo acadêmico, automação de tarefas burocráticas como diário de classe e boletins, e algoritmos próprios para monitoramento de atividades e avaliação de parâmetros educacionais.
O presidente conclui pontuando que aplicar uma gestão escolar inteligente e tecnológica não é algo que acontece da noite para o dia, mas o mais importante neste processo é a plena transformação da cultura das instituições, que passam a ter um DNA pautado em inovação.
Inovações para o setor educacional
Levando à mente de volta aos tempos de escola, muitos hão de se lembrar da tarefa de refazer uma prova ou teste cuja nota foi menor do que o esperado. Segundo os docentes, o processo de refazer um certame contribui para que os alunos possam identificar as próprias deficiências e trabalhar nelas até que estejam resolvidas. No entanto, o início da tarefa comumente exige dias - ou mesmo semanas - de espera até que o exame seja corrigido e devolvido.
Pensando em sanar o cenário descrito acima, foi lançada no mercado brasileiro a Max.IA, uma plataforma de inteligência artificial que prevê, com 80% de acerto, quais questões e assuntos o estudante poderá errar em uma avaliação. A partir dessa predição, a plataforma recomenda intervenções de aprendizagem com alto grau de personalização, possibilitando que o aluno se dedique exatamente ao conteúdo que possui maior grau de dificuldade ou probabilidade de erro.
Segundo Felipe Menezes, diretor de inovação e um dos fundadores da Max.IA, tais informações permitem a criação de ações preventivas e corretivas. Nas preventivas, é possível prever o desempenho de cada estudante, permitindo que o aluno seja auxiliado, evitando o surgimento de lacunas de aprendizagem. Já nas corretivas, são identificados os problemas adquiridos ao longo da jornada escolar. Assim, serão recomendados ao aluno conteúdos personalizados de acordo com o perfil comportamental de cada estudante.
Outra frente de abrangência da ferramenta está relacionada à carga de trabalho dos docentes. Isso porque a ferramenta tem o potencial de elaborar avaliações robustas, similares ao padrão ENEM, em menos de três minutos, enquanto planos de aulas contemplando metodologias ativas e tradicionais são desenvolvidos para cada turma em menos de dois minutos. Dessa forma, os docentes podem dedicar mais tempo à interação direta e ao suporte aos seus alunos, potencializando o processo educativo.
De acordo com a empresa, a IA da Max.IA já corrigiu mais de 700 mil lacunas de aprendizagem e recomendou mais de 10 milhões de planos de ações preditivos, aumentando em mais 30% o desempenho dos alunos nas avaliações das escolas.
Vale lembrar que a implementação de novas tecnologias na educação é uma demanda mundial. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) defende os avanços tecnológicos como parte essencial da evolução educacional, meta que faz parte da Agenda 2030, plano global da ONU em prol do desenvolvimento sustentável.
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