Muitos profissionais em início de carreira não imaginam quão longe podem chegar, achando utópico o sonho de se tornar patrão. Independente da área de atuação, é preciso saber aproveitar as oportunidades e se empenhar para fazer dar certo aquilo que lhe foi proposto. Foi o caso de Daniel Milagres, que iniciou sua trajetória profissional aos 17 anos no Grupo Pão de Açúcar, trabalhando no chão de loja como empacotador. A vivência direta com o consumidor, os processos e a operação o conectaram profundamente com a dinâmica do varejo.
Crescendo aos poucos, dentro da rede, ele aprendeu muito sobre o setor. "Começar tão jovem no varejo me deu uma perspectiva valiosa. Tudo passa pela ponta — entender o cliente, observar o time e saber ouvir são fundamentos que levo até hoje", contou o executivo.
Depois de anos construindo uma carreira sólida, Daniel decidiu buscar novos horizontes. "Quis sair da zona de conforto e entender outras lógicas, testar minha capacidade de adaptação e ampliar minha visão de negócio", conta.
Quer ouvir mais sobre como ele aplica essa visão no dia a dia? Inscreva-se agora no CMO Summit e acompanhe essa troca de perto.

Crises, fusões e reinvenção: os desafios que moldam um líder
Do varejo, ele foi para o serviço atuando da Dotz, aprendendo um outro olhar sobre o varejo. A virada veio com a entrada na LATAM Airlines, no período da fusão com a LAN. Além do novo setor e das demandas estratégicas, havia uma barreira prática: o idioma. “Estudava espanhol duas horas por dia, todos os dias, até me sentir seguro para falar em reuniões e liderar com confiança. Mudei de país e foi um período de muitas novidades. A carreira tranquila te leva a lugares confortáveis e eu sentia que para alcançar novos lugares precisava encarar o risco”, lembra.
Em seguida, na BRF, Daniel viveu um dos períodos mais sensíveis da companhia: a crise da operação Carne Fraca, que abalou a reputação da marca. "Foi um momento desafiador, mas também muito formativo. Aprendi como a transparência e a agilidade na comunicação são fundamentais para proteger o valor de uma marca", afirmou.
O desafio seguinte foi no Carrefour, em um momento em que a empresa enfrentava constantes polêmicas e pressões sociais. “Foi, sem dúvida, o cargo mais exigente emocional e estrategicamente. Ali aprendi que o Marketing precisa ser escudo e motor da empresa — defender sua imagem e, ao mesmo tempo, pavimentar seu futuro”.
Quando questionado se a reputação é a maior dor de um CMO, Daniel foi categórico. “É a principal razão que faz um CMO repensar suas estratégias, porque quando a imagem da marca é bem consolidada, dificilmente uma crise a arranha tanto. Por outro lado, vivemos uma época onde o digital faz viralizar de maneira negativa qualquer falha. É um campo sensível em que todas as outras áreas, além do Marketing, precisam tomar cuidado”, pontuou.

HNT: criatividade, verdade e proximidade como ingredientes principais
No Hortifruti Natural da Terra, Daniel vive agora um momento diferente da carreira: o de consolidar uma marca querida, sem grandes crises reputacionais, mas com espaço para resgatar sua irreverência. “A marca tem um capital emocional muito forte. O desafio aqui é voltar a usar o humor e a sagacidade que marcaram nossa comunicação no passado, mas de forma atualizada e com consistência”, explica.
Segundo ele, o uso de Inteligência Artificial ainda é mínimo no time de Marketing. “A IA pode ser útil, mas nosso tipo de criação exige algo muito humano, próximo do cotidiano e com um olhar original. Não descartamos, mas ainda não é protagonista por aqui”, diz.
Outro pilar importante da estratégia são os influenciadores locais. “Trabalhamos com vozes que estão próximas das lojas, que falam com naturalidade e verdade. Isso gera identificação real e reforça nosso vínculo com as comunidades. É preciso se adaptar aos novos tempos, sem perder a essência”, completa.

O papel do CMO em um mundo mais conectado ao CFO
Daniel será um dos palestrantes do CMO Summit 2025 e levará ao palco uma discussão cada vez mais presente nas organizações: a ascensão dos CFOs nas decisões de Marketing. “A lógica dos números invadiu o Marketing, e isso é positivo — desde que não engesse. O desafio é encontrar um equilíbrio entre métricas e ousadia, entre curto prazo e construção de marca”, antecipa o executivo.
Para ele, a integração entre as áreas é inevitável, mas exige maturidade dos líderes. “O diálogo entre CMO e CFO precisa ser de construção. Quando isso acontece, conseguimos investir com inteligência, provar valor e conquistar espaço”, afirma.
Daniel está otimista com o evento. “O CMO Summit é um momento importante para quem quer trocar experiências reais, olhar para o futuro e pensar como podemos, juntos, elevar o papel do Marketing dentro das organizações”, concluiu.
Esteja com Daniel Milagres e outros líderes de Marketing no CMO Summit. Inscreva-se já!

COMPARTILHAR ESSE POST