O Conselho da Fifa aprovou nesta quarta, dia 4, que a Copa do Mundo de 2030 seja realizada em seis países e em três continentes. A decisão busca marcar o centenário do campeonato e ser uma edição histórica. As sedes principais serão Espanha, Portugal e Marrocos, mas o jogo de abertura será em Montevidéu, no Uruguai, como homenagem à primeira edição do Mundial, disputado em 1930. Argentina e Paraguai também receberão jogos da primeira rodada.
Em sete anos há muito a ser feito e preparado, ainda mais na esfera do Marketing Esportivo. Para Otávio Pereira,co-CEO da ODDZ, ecossistema especialista em esportes fundado pelo ex-jogador Ronaldo Nazário, os patrocinadores regionais deverão ganhar mais força na edição de 2030.
O executivo reforça que só o fato de ser em diferentes continentes já é um fator que tornará o campeonato ainda mais atraente para as ações. “Estamos falando de públicos muito variados – mercados que não necessariamente estão no foco das marcas patrocinadoras - e, por isso, talvez seja difícil atender a todos eles. Além disso, haverá uma complexidade muito grande para entregar para todos esses públicos diferentes, o que requer uma logística bem orquestrada, que só será possível entender na prática. Além disso, esse ineditismo pode indicar uma oportunidade interessante para os patrocinadores regionais, que podem ganhar um pouco mais de força nessa edição”, contou em entrevista ao Mundo do Marketing.
O executivo afirma que, para tentar se blindar dessas complexidades, será preciso determinar estratégias muito claras para cada um desses mercados, ter antecedência e ter muita velocidade para conseguir responder rápido a coisas que eventualmente não funcionarem. “Acredito que todo mundo aprenderá junto, desde os fãs, que consomem a Copa do Mundo in loco, mas também os patrocinadores e as marcas envolvidas”, afirma Otávio.
Se na Fórmula 1 os fãs e as marcas já estão acostumados a cada corrida ser em um país ou continente diferente, no futebol esse costume precisará ser “catequisado”. “Esse ineditismo com complexidade demandará um planejamento muito grande, e com um mundo mais digital, respostas rápidas e adaptação de estratégia com velocidade serão determinantes para o sucesso das marcas”, conclui.
Ineditismo a favor da experiência
A única Copa do Mundo a ter mais de uma sede foi a de 2002, disputada no Japão e na Coreia do Sul e vencida pelo Brasil. Em 2026, no entanto, a Copa do Mundo será realizada em três países: Canadá, Estados Unidos e México. A escolha por locais está ligada ao aumento de clubes que o próximo Mundial vai receber: ao invés de 32 seleções, 48 equipes estarão na Copa.
Já em 2030, a Copa do Mundo Fifa acontecerá pela primeira vez em três continentes, aumentando o trabalho de logística. A decisão foi tomada pelo Conselho da Fifa que, segundo comunicado, concordou por unanimidade que a única candidatura para sediar o Mundial de 2030 seria a portuguesa, espanhola e marroquina. A decisão de incluir a América do Sul na primeira fase de maneira simbólica ao centenário também foi aprovada por unanimidade. O acordo ainda será ratificado no Congresso da Fifa, no ano que vem.
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