A creators economy atravessa um momento de transformação em que comunidades se tornam mais relevantes do que números brutos de seguidores. Nesta dinâmica, a influência digital depende cada vez mais da proximidade com públicos específicos – uma característica que impacta diretamente o peso das recomendações de um influencer.
“Não é mais somente sobre audiência e sobre awareness: é sobre a comunidade construída ao redor do creator. Hoje, uma comunidade forte é o principal diferencial para um talento que está se desenvolvendo”, afirmou Carlos Scappini, cofundador da Mynd, em bate-papo no CMO Agenda.

Neste panorama, a relação entre criadores, marcas e consumidores, que antes se resumia a uma dinâmica B2B2C, passa a se abrir para uma lógica semelhante ao B2C direto. Cursos, mentorias, produtos e experiências específicas, preparadas pelos próprios creators, compõem caminhos em que os seguidores se tornam “clientes” fiéis.
Esse movimento aponta para um futuro em que creators terão maior domínio sobre seus dados e contato direto com seus seguidores, reduzindo a dependência das grandes plataformas. Scappini lembra que, hoje, o relacionamento ainda é intermediado por empresas como Instagram, YouTube ou TikTok, que concentram informações cruciais sobre o público.
“Os creators já são love brands. O que está em jogo é o tamanho e a consistência dessa comunidade. É questão de tempo para que a individualização do relacionamento seja natural, com estratégias de CRM e tecnologia para conhecer de verdade cada pessoa da comunidade”, concluiu Scappini.
Essa visão norteou a criação da Pop Creators, novata ecossistema da Mynd, estruturada para receber talentos menores que não cabiam no portfólio principal da agência, mas que carregam consigo nichos fortemente engajados.
O desafio está em como escalar esse vínculo sem perder autenticidade. “A comunidade é um tema importante e, em pouco tempo, conhecer essas comunidades e estabelecer relacionamentos diretos com os membros destes grupos será algo natural. A questão está em como dimensionar esse vínculo: há comunidades de mil pessoas, que já são relevantes, e há as de cem mil. Como o influenciador consegue manter uma relação próxima com cem mil pessoas? O elemento tecnológico sempre será necessário nesse processo”, disse o executivo.
A transformação de audiência em comunidade, e de comunidade em relacionamento direto, representa um ponto de inflexão para a Creator Economy. Mais do que números absolutos, o que importa é a qualidade do vínculo. Como resume Scappini, o verdadeiro valor não está apenas em ser visto por milhões, mas em ser relevante para aqueles que realmente escolhem acompanhar e interagir.
A conversa completa com Carlos Scappini está disponível no canal do Mundo do Marketing no YouTube.
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