Oportunidades não devem ser desperdiçadas, principalmente pelas marcas. Eventos de grande porte, como as Olimpíadas, os Jogos Paralímpicos, além de feiras e festivais oferecem oportunidades para as marcas que desejam atrair a atenção dos consumidores e gerar awareness. No atual cenário, onde as redes sociais viraram protagonistas e são capazes de desempenhar um papel crucial na disseminação rápida de informações, a capacidade de "surfar na onda" de grandes eventos se tornou oportunidade de ouro para grandes, médias e pequenas marcas.
De acordo com Otavio Ventura, diretor da Cortex, a imprensa e as conversas online amplificam o foco nesses eventos, criando uma oportunidade para que a sociedade se engaje em discussões sobre eles. Ventura diz que, em momentos como esses, é necessário que as equipes de Marketing estejam atentas às conversas e entendam quais são os momentos adequados para, de forma orgânica e realista, se inserir no contexto desses diálogos e ganhar destaque.
“Ao longo da história, as marcas têm utilizado "anúncios de oportunidade" e estratégias de PR Stunts para se conectar com eventos de alto interesse público, aproveitando a relevância desses acontecimentos para obter exposição positiva”, analisou o executivo.
Como atrair os clientes em eventos presenciais?
Otavio explica ainda que o processo de consumo rápido de conteúdo torna o investimento em eventos mais complexo e concorrido. “Essa é a economia da atenção. Estar ao vivo em eventos é muito forte para uma marca, pois permite que o consumidor viva uma experiência diferenciada com a marca. O excesso de players, no entanto, pode sobrecarregar as pessoas de estímulos e mais afastá-la de ativações do que atrair, de fato”, analisou.
A solução encontrada por Otavio é encontrar um bom storytelling que faça com que as pessoas queiram buscar o local da marca antes mesmo dele começar. “As redes sociais permitem uma maior conexão e podem servir de porta para que o interesse em estar no evento também seja de estar junto à sua marca. Seja por levar um influenciador, por oferecer algo extraordinário, seja para fazer parte de uma conversa. Uma boa história gera um ativo para a marca que vai além do entretenimento”, explicou o diretor da Cortex.
Em casos de festivais e feiras, Otávio afirma que o pré-evento é mais importante que o evento em si, pois ele gerará o desejo no consumidor. “O fundamental mesmo é estar na agenda do consumidor e usar temas que ele engaje facilmente”, indicou.
As feiras, principalmente as voltadas ao universo B2B podem começar as conversas no LinkedIn, por exemplo, como o diretor da Cortex explica. “Existem fatores que tornam um estande mais interessante que o outro. Serviços de carregamento de celular, lanche, um café são suficientes para tornar o ambiente mais agradável, mas há outros diferenciais que podem ser trabalhados na rede social que é oferecer voucher de deslocamento para seus prospects irem até lá conhecer o seu espaço”, pontuou.
Case Autoled
Após um ano de lançamento na Fenabrave, o maior congresso automotivo da América Latina, a Autoled, especialista em painéis de LED para o varejo do setor, retornou ao evento para lançar produtos que visam transformar a experiência de compra de veículos nas concessionárias. Para se destacar na feira, a marca apostou na experiência.
Seria habitual dizer que um painel de led já chamaria atenção em um evento, mas Everson Everson Magalhães Jr., sócio e diretor administrativo da Autoled, explicou que são necessárias estratégias mais diferenciadas que fazem um estande se destacar e dá lições do que foi aplicado na Autoled durante a Fenabrave.
“A experiência do consumidor nas concessionárias tem evoluído para um novo patamar, onde o foco não está apenas na venda do produto, mas em proporcionar uma jornada envolvente e personalizada ao comprador. Feira de automóveis têm que ser menos foco em pedidos e mais em encanto”, apontou em entrevista ao Mundo do Marketing.
Ele exemplifica com dados: 72% dos consumidores afirmam que visitariam concessionárias com mais frequência se o processo de compra fosse aprimorado. O dado evidencia que, para conquistar e fidelizar clientes, as concessionárias precisam investir em inovações que facilitem e aprimorem a experiência de compra. Assim, é possível transformar o atendimento convencional em uma experiência imersiva e sofisticada, atraindo e fidelizando clientes de maneira eficaz.
Com o modelo de negócio, a empresa celebra parcerias com marcas renomadas, como BMW, BYD e Toyota. Entre as novidades da marca, destaca-se o "Vendedor Silencioso Led", totem touch screen que permite ao consumidor conhecer as funcionalidades e opções dos carros, em exposição, de forma interativa e autônoma, tornando o processo de compra mais dinâmico e personalizado.
A Autoled também introduz ao mercado o piso de LED que permite imagens mais nítidas e realistas diretamente no chão, substituindo tecnologias anteriores de projeção.
"Estamos trazendo a emoção dos grandes autoshows para dentro das concessionárias, proporcionando uma jornada de compra envolvente e tecnológica, com um realismo nunca visto antes", conta.
Conteúdo como reforço
Everson explica que mesmo sendo uma estratégia atrativa, a utilização de leds em estandes deve obedecer alguns critérios que potencializem o produto. Aliar a arquitetura e design é ir além de entender o led como um painel. O executivo explica que a distância focal deve ser estudada e, nesse caso, o conteúdo deve vir em segundo lugar. “Os eventos hoje são muito concorridos, por isso, é preciso posicionar a marca com experiências. A equipe de Marketing precisa contar com um investimento em engenharia para oferecer precisamente a melhor estrutura. Isso inclui atividades que envolvam sensorial, imaginação e simulação”, contou.
Otávio também reforça a questão da importância do conteúdo com propósito e de que ter um planejamento bem definido é o primeiro passo para alinhar o discurso ao momento, sem perder a essência da marca. Ele destaca que isso exige um trabalho cuidadoso com as ferramentas adequadas e a medição das métricas de qualidade da exposição, bem como a compreensão de como a reverberação nas redes sociais pode impactar o ROI (retorno do investimento) das campanhas.
O Social Listening, por exemplo, é uma ferramenta para captar a temperatura e a direção das conversas nas redes sociais. Google Trends e Also Asked são recursos úteis para avaliar o tamanho do interesse e os ângulos mais relevantes para entrar nas discussões.
“É necessária uma integração dessas ações com a comunicação contínua da marca. Isso garante uma narrativa que se sustenta, maximizando a eficácia e a visibilidade por um longo período”, concluiu.
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