O mês de junho acabou e comemoramos mais um Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, data que marca a luta por direitos e igualdade da comunidade, reforçando a importância da resistência e da visibilidade dessas pessoas. Atualmente, é cada vez mais comum vermos criadores de conteúdo que são abertamente LGBTQIA+ e que utilizam as redes sociais para dar voz a diversas causas. Mas como será que esses creators podem ter mais visibilidade?
Pude saber um pouco sobre o tema na palestra ‘Breaking Boundaries: Amplifying LGBTQ+ Voice’, que assisti presencialmente na VidCon Anaheim, na Califórnia. Os palestrantes abordaram o fato de que para que consigam trazer representatividade verdadeira para os seus seguidores, é importante saber como compartilhar as suas identidades. E a melhor forma de fazer isso é justamente gerar identificação.
As gerações mais velhas servem de inspiração para as mais novas, e ajudam no processo de entendimento de identidade de gênero e orientação sexual, uma vez que é a partir do conteúdo da internet que perpetuam ideias que esses mesmos creators gostariam de ter assistido quando eram mais jovens e estavam no mesmo processo. É sobre tornar a jornada das novas gerações mais fácil e amena, para termos progresso.
A identificação é definitivamente uma das formas mais genuínas para conseguir criar conexão com as pessoas, pois é a partir disso que começam a se sentir representadas e passam a dar uma credibilidade maior para o conteúdo que está sendo trazido. Esse ponto vai de encontro a valorização da Geração Z, que são as pessoas de 13 a 27 anos, pelas ‘comunidades’, grupos de pessoas que compartilham interesses em comum, o que inevitavelmente gera pertencimento.
Além disso, para que criadores de conteúdo, especialmente LGBTQIA+, ganhem mais visibilidade, é importante que as pessoas - sendo da comunidade ou não - demonstrem apoio. Uma das palestrantes, Naomi Hearts, defendeu que a melhor maneira de fazer isso é dando visibilidade para os conteúdos dos creators, mesmo que não estejam tão em alta, pois isso vai fazer com que gere engajamento e assim sejam vistos, atingindo um público cada vez maior.
E essa visibilidade que falo aqui também está diretamente atrelada a investimento, acesso e oportunidade que precisam ser oferecidos para esses criadores de conteúdo, seja por marcas anunciantes do setor privado como também pelo setor público. É fundamental incluir a diversidade verdadeiramente em espaços de modo que possam disseminar visões plurais.
O InstitutoZ, que é o braço de pesquisa da Trope (consultoria da qual sou fundador), fez um estudo intitulado “As diversidades se sentem representadas na publicidade para Gamers?”, em 2021. Classificados como ‘diversidade’ estavam mulheres, pessoas com deficiência, pessoas LGBTQIA+ e/ou pessoas não brancas. Foi constatado que 7 em cada 10 pessoas, já se interessaram em comprar um produto ou serviço, mas não se sentiram representadas no perfil de cliente que a marca expressa nas publicidades.
O fato é que as marcas de forma geral precisam olhar com mais atenção e cuidado para sua audiência e os públicos que desejam atingir, contando com a ajuda dos creators para ter a estratégia mais assertiva. No caso da comunidade LGBTQIA+, é importante que saibam trazer inclusão, estabelecendo parcerias com criadores representativos, se quiserem verdadeira aproximação e conexão. Até porque, vale lembrar: para a GenZ e GenAlfa, se não somos representados, não consumimos a marca.
*Luiz Menezes é fundador da Trope, uma consultoria de geração Z que ajuda marcas a rejuvenescerem suas estratégias de negócio. Aos 24 anos, Luiz é nativo digital, creator, apresentador, empresário e empreendedor. Presente no mercado e atuando na área de comunicação há 8 anos, o especialista acumula experiência em organização de eventos voltados à cultura pop e geek, prestação de serviços de marketing de influência e digital PR para grandes marcas, como Mondelez, Meta, Itaú, Ecossistema nima, P&G, Embelleze, entre outras.
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