Nos últimos anos, o marketing de influência tem experimentado um crescimento constante relacionado ao investimento das marcas pela revolução que provoca na forma como elas se comunicam com seu público. Além do crescimento financeiro, algumas transformações acontecem no setor.
1. Onde surgem as conversas?
Antes, as discussões nasciam nos grandes meios de comunicação, como televisão e rádio, e se desdobravam em conversas nos bares e lares. Hoje, esse processo se inverteu. As conversas começam nos bares e lares, se tornam conteúdo nas redes sociais e, eventualmente, pautam o que será veiculado nos grandes meios. Por esse motivo, o marketing de influência recebe, cada vez mais, atenção das marcas, trazendo implicações profundas para o mercado.
2. Natividade é ouro e influenciador forma opinião
A era digital mudou a dinâmica de criação e produção de conteúdo e a interação entre marcas e consumidores. Com as redes sociais, influenciadores se tornaram os novos formadores de opinião, capazes de criarem narrativas autênticas e engajadoras que interagem diretamente com seus seguidores. O desafio das marcas é encontrar influenciadores que conversem com seus públicos desejados, com conteúdos verdadeiramente nativos e autênticos, que não pareçam patrocinados.
3. Especialistas são especialistas
Para lidar com este desafio, estabelecer parceria com agências especialistas em marketing de influência é essencial. Ao contrário das agências tradicionais, que muitas vezes tratam o conteúdo como desdobramento de uma campanha de TV, as agências especializadas em influência oferecem uma abordagem mais ágil, nativa e autêntica, entendendo melhor o modus operandi das redes sociais.
4. Publis dominaram, mas há espaço para outras formas de colaboração
No Brasil, algumas tentativas de colaborações para lançamentos de produtos exclusivos fracassaram e a relação entre marcas e influenciadores se consolidou principalmente em forma de publis. Embora a colaboração estreita entre marcas e influenciadores tenha potencial, ela requer uma abordagem mais equilibrada e sustentável. Novas formas de colaboração que valorizem tanto o influenciador quanto a marca estão emergindo, promovendo parcerias que vão além de transações comerciais.
5. Celebridades entrando no jogo por opção e necessidade
Um movimento curioso é a maior dedicação de celebridades aos seus canais digitais, inclusive com desenvolvimento de conteúdo proprietário. Com as mudanças nos modelos de contratação nos grandes meios, muitas celebridades se voltam para as redes sociais para se manterem relevantes e monetizarem sua influência. Mas a transição não é fácil. A falta de natividade digital é um obstáculo significativo. Acostumadas ao formato e ritmo da televisão, muitas celebridades encontram dificuldades ao dinamismo e à informalidade das redes sociais.
6. Outras transformações ainda são necessárias
É fundamental que o mercado de marketing de influência continue a evoluir, trabalhando com mais transparência nas relações entre os stakeholders e com mais visão de longo prazo. Parcerias duradouras entre influenciadores e marcas são fundamentais para construir relacionamentos sólidos e autênticos. Além disso, as marcas devem prestar mais atenção ao social listening – o monitoramento das conversas nas redes sociais – e serem ágeis ao entrarem nas discussões relevantes de forma natural.
Não tenho dúvida de que o futuro do marketing de influência é promissor. Apesar das transformações já ocorridas, outras ainda estarão por vir, exigindo adaptação, inovação e uma abordagem estratégica, capaz de criar conexões profundas e duradouras entre marcas, influenciadores e público.
*Ronaldo Fonseca é CEO do A-Lab, laboratório de conteúdo do Grupo Dreamers que cria narrativas para marcas a partir de monitoramento de conversas e contextos.
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