Quase metade (47%) dos criadores de conteúdo na internet já se depararam com seus vídeos sendo utilizados em campanhas de Marketing sem permissão. Deste total, 73% não foram pagos pelo User Generated Content (UGC), ou conteúdo gerado pelo usuário, em tradução livre.
Os dados foram coletados em um levantamento realizado pela empresa de software de vídeo MASV em parceria com a Dynata e chamam a atenção para o uso indevido do UGC no mercado de marketing de influência.
Para Fábio Gonçalves, diretor de talentos internacionais da Viral Nation, o principal motivo para o uso não autorizado é o baixo risco que a prática emprega. O executivo destaca que muitas marcas operam sob a percepção de que a probabilidade de enfrentar consequências legais ou danos à reputação é irrisória.
Isso, explica Gonçalves, ocorre porque a fiscalização de violações de direitos autorais nas mídias sociais é irregular e ineficiente, na maioria das vezes. A legislação sobre direitos autorais é outro ponto, porque as marcas confiam na incerteza jurídica para explorar brechas e evitar punições mais severas.
Não por acaso, o levantamento apurou que 44% dos profissionais de Marketing consideram não haver risco ou apenas um risco pequeno em usar um vídeo gerado por usuários sem permissão. A facilidade de acesso e compartilhamento é outro fator pelo qual as marcas se sentem protegidas ao utilizar o UGC sem autorização.
Como os creators podem se proteger?
Gonçalves recomenda a adoção de estratégias específicas para a proteção do trabalho. Os creators devem se educar sobre direitos de propriedade intelectual para negociar contratos claros, que definam as normas do uso do conteúdo. Outra recomendação é a monetização das produções através de licenças pagas.
Ferramentas de monitoramento são essenciais para rastrear o uso do conteúdo, e, se necessário, tomar medidas legais com a ajuda de advogados especializados. Fortalecer a comunidade de seguidores também cria uma rede de apoio para denunciar usos não autorizados e proteger os direitos dos criadores, de acordo com o profissional.
Em casos mais complexos, o diretor recomenda que os creators contratem um agente de confiança. O profissional deve estar preparado para prestar serviços de mediação e resolução de conflitos, negociações de parcerias e licenciamento, e orientação estratégica, assegurando a operação em um ambiente seguro e justo.
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