Como a Tardezinha se tornou a maior turnê brasileira de 2023 – e uma das maiores da história Bruno Mello 19 de dezembro de 2023

Como a Tardezinha se tornou a maior turnê brasileira de 2023 – e uma das maiores da história

         

Em bate-papo no Clube Mundo do Marketing, Rafael Liporace falou sobre a transição do projeto idealizado por Thiaguinho para os moldes empresariais

Como a Tardezinha se tornou a maior turnê brasileira de 2023 – e uma das maiores da história
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O que era para ser uma reunião de amigos aos domingos se transformou na maior turnê brasileira da história. Essa é a descrição cabível à Tardezinha, projeto idealizado em 2016 pelo cantor Thiaguinho em parceria com o ator Rafael Zulu. Em 2023, a turnê, encerrada no último domingo (17), passou por 25 cidades espalhadas por todas as regiões do país e atraiu mais de 800 mil fãs.

A dimensão adquirida pelo projeto ao longo dos anos escancarou a necessidade de uma ação pouco comum no show business brasileiro: a estruturação da turnê nos moldes de um negócio tradicional. A missão foi entregue a Rafael Liporace, CEO da Rio Beach Club e um dos fundadores da Tardezinha.

Ao Clube Mundo do Marketing, Liporace compartilhou os detalhes desta transformação, bem como os acertos e os aprendizados obtidos no processo e a importância da participação de marcas parceiras durante a turnê de 2023. “Essa estrutura ainda é muito embrionária no setor de entretenimento, que move muito dinheiro e muita gente e mobiliza muitas coisas, mas ainda não é tão maduro em termos de negócios e Marketing”, destaca.

O business Tardezinha 

Para atender as mais de 800 mil pessoas que compraram os ingressos vendidos para os shows nacionais e internacionais no calendário da Tardezinha neste ano, os responsáveis pela gestão do projeto desenvolveram um significativo processo organizacional. “Nos estruturamos como uma empresa, criando diferentes setores, como marca e comunicação, e diferentes times, como arte e licenciamento. Cuidamos do que era preciso para atuar em todas as vertentes”, conta Liporace.

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Dentre essas vertentes, o setor de licenciamentos desempenhou um papel importante para a conexão entre a Tardezinha e as marcas que enriqueceram a experiência proporcionada pela turnê. “As linhas que nós licenciamos – a coleção de roupas com a Reserva, a cerveja com o Grupo Petrópolis, os temas de festas com a Festcolor – todos tiveram números muito fortes neste ano”, prossegue.

Partindo da reunião de um time forte, dedicado a diferentes diretrizes e projetos, e de uma estruturação que encontra poucos pares no universo do show business, a Tardezinha criou um espaço fértil para a atuação de negócios parceiros. “A participação das marcas foi incrível. Grupo Petrópolis e Bet Nacional, os dois maiores patrocinadores, levaram ativações espetaculares. Nosso objetivo é expandir os segmentos e, obviamente, temos espaço para negociar com novas marcas. Mas a nossa prioridade é quem já está dentro, porque todos estes players fizeram trabalhos brilhantes”, finaliza o CEO.

Acertos e aprendizados 

Para qualquer negócio, atrair um grande volume de consumidores é uma tarefa árdua, principalmente quando os esforços estão limitados a poucos estados ou regiões. Neste contexto, a abrangência nacional da Tardezinha foi um dos principais diferenciais da turnê. “A capilaridade foi um dos nossos grandes acertos. Fomos a 90% dos estádios brasileiros e  levamos um produto desejado até as pessoas. Por trás disso, há uma questão da dimensão que você traz para a história do evento. Estamos tendo a responsabilidade de liderar todo um processo de inovação e pensar em coisas novas para este ramo”, reflete Liporace.

Quanto aos aprendizados obtidos ao longo dos anos, Rafael destaca três. “Não podemos nos cobrar por coisas que estão além do nosso controle. As condições climáticas, por exemplo, são o grande medo do produtor de eventos e isso também passa por nós. Essa é a primeira coisa que aprendemos”, começa.

O segundo aprendizado surge da comemorada capilaridade, um diferencial que possui sua própria gama de desafios. “Não podemos esperar uma entrega linear em um país continental. Não conseguiremos fazer a mesma coisa em diferentes pontos do Brasil, pois isso é logisticamente impossível. Então, aprendemos que é preciso fazer adaptações pontuais em diversas frentes, como plantas, fornecedores e estruturas”, prossegue.

O último aprendizado destacado pelo CEO diz respeito a todo o ciclo de descoberta de novos insights, por si só. “A continuidade leva ao ciclo de aprendizado. Nos tornamos melhores ao longo da turnê, e não queremos perder isso. Sabemos que hoje estamos melhores do que estivemos ontem e piores do que estaremos amanhã. A próxima edição da turnê sempre será melhor do que a anterior”, finaliza.

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Tardezinha - Clube Mundo do Marketing


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