A Cobasi se posicionou oficialmente sobre a perda dos animais comercializados na loja do Shopping Praias Belas, no Rio Grande do Sul, inundada após as fortes chuvas que afetam o estado. A nota, publicada nesta sexta-feira, 24, classifica como “fake news a narrativa sobre as CPUs em detrimento de vidas”.
Segundo a empresa, no dia 3 de maio, a loja foi evacuada de acordo com as orientações das autoridades. A Cobasi afirma, também, que não havia qualquer indicação da magnitude do desastre. Como a loja continuava estável até a noite do dia 4, a gerência entendeu que não havia risco de inundação.
O comunicado declara que os colaboradores foram orientados a tomar providências para garantir que as aves, pequenos roedores e peixes fossem posicionados em uma altura segura – um metro acima do chão – e alimentados para a permanência na loja até o retorno dos funcionários. Segundo a empresa, quatro CPUs utilizados nos caixas da loja foram levados ao andar superior, no mezanino, por se encontrarem a apenas 20 centímetros do chão.
Pouco depois, a enchente provocada pela cheia do Guaíba chegou aos 3,5 metros de altura e preencheu completamente o espaço da loja, localizada no subsolo do shopping. Todos os animais confinados no local morreram.
A Cobasi lamentou o ocorrido e afirmou estar colaborando com as investigações realizadas pelas autoridades. A empresa também se comprometeu a comprovar perante a Justiça as informações sobre a impossibilidade de prever a magnitude da cheia e aproveitou a ocasião para reforçar sua participação em iniciativas sociais pela causa animal.
Linha do tempo
No dia 17 de maio, a Cobasi confirmou a morte de todos os animais deixados na loja. Àquela altura, circulavam nas redes sociais, em especial, no X, antigo Twitter, depoimentos de funcionários da loja que afirmaram ter sido impedidos de mover os animais para o mezanino, a exemplo do que foi feito com os CPUs.
Ainda de acordo com os relatos, compartilhados em anonimato, a empresa teria ignorado os avisos sobre a severidade da enchente. o Shopping Praia de Belas afirma ter alertado a Cobasi sobre o risco dos impactos da enchente sobre a loja, considerando a localização da loja no subsolo do estabelecimento.
Segundo os funcionários, a decisão de não mobilizar os animais, mesmo diante dos avisos de inundação, teria partido da gerência. Outros colaboradores disseram que o resgate dos CPUs foi priorizado pela direção.
Na última quinta-feira, 23, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul recuperou os corpos de 38 animais mortos, entre pequenos roedores, aves e peixes. A perícia confirmou o testemunho dos funcionários ao encontrar intactas as CPUs utilizadas nos caixas da loja.
De acordo com informações divulgadas pelo G1, o Ibama emitiu duas notificações para a empresa: uma para apresentar a relação do total de animais na loja e outra para informar medidas que tomou para proteger os animais diante da enchente.
Caso condenados, os responsáveis pela tragédia podem responder por crime de maus tratos e ser condenados de 3 meses a 1 ano de prisão.
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