Olhe ao seu redor. Quantos profissionais de Marketing na faixa dos 40 anos existem na equipe em que você trabalha? Alguns? Ok. Agora olhe de novo. Quantos estão na casa dos 50 anos? Essa realidade no mercado de trabalho não é exclusividade da profissão de Marketing, mas é uma das mais acentuadas. Os motivos são vários.
O mais latente é a questão econômica. Um profissional acima dos 40 e 50 custa mais para as empresas. Podemos argumentar que eles também devem entregar um valor maior, mas infelizmente não é assim que a maioria das companhias pensam.
Outro motivo é a transformação digital. O mundo mudou de uma forma que muitos profissionais não conseguiram acompanhar. Algumas funções, inclusive, foram substituídas pela tecnologia e, outras, agora começam a perder espaço para os agentes de inteligência artificial. De novo: concordemos ou não, esta é a realidade.
Quando olhamos para o profissional de Marketing, estas mudanças foram ainda mais acentuadas. Além de o Marketing estar mais complexo do que nunca, ele também está mais digital e tecnológico. A transformação digital iniciada muito antes da pandemia já ceifou muitos empregos de quem não se atualizou.
Outro ponto, talvez o mais importante: a velocidade com que o Marketing vem mudando nos últimos anos, o volume de novas tecnologias e as novas habilidades exigidas fazem dele um profissional semelhante a um jogador de futebol, com seu ápice muito jovem, e com perda de valor igualmente jovem aos 40 ou 50 anos.

A questão aqui não é física, mas mental. Muitos têm dificuldade de acompanhar as mudanças exigidas pelos clientes e pelos seus chefes. O Marketing e a gestão das empresas de cinco ou 10 anos atrás não existe mais. Sim: também concordo com você que existem pilares fundamentais que não mudaram.
Concordo também que os profissionais mais experientes têm uma contribuição muito grande ainda para as empresas, especialmente a visão do todo, uma visão estratégica, holística, gerencial. E muitos dispostos a competir em mais um campeonato, porém, encontrando muito poucas oportunidades em times grandes. A solução é buscar novas divisões.
Quando falamos do CMO, além de também ter a mesma carreira curta, ainda sofre como um técnico de futebol. Uma vez que ele é o líder do grupo, se o time não faz gol, não ganha um campeonato atrás do outro, ele sofre pressão da torcida, da diretoria, do presidente e é demitido. “É mais fácil” trocar o técnico (CMO) do que o time todo.
Aqui está uma correlação interessante para mudar esse cenário. O profissional de Marketing precisa se desenvolver sempre para continuar em forma para jogar e fazer gol, enquanto o CMO deve montar o melhor time, a melhor tática de jogo, conduzir o grupo para os resultados esperados e assim ser campeão.
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