Pela primeira vez, as TVs conectadas superaram os celulares como principal meio de acesso ao YouTube dentro de casa, segundo levantamento da Kantar IBOPE Media. O resultado foi apresentado por representantes da própria plataforma na última quinta-feira (09), durante o Brandcast, evento anual proprietário voltado ao mercado publicitário.
A mudança é vista como um vetor de alteração significativa no comportamento da audiência no Brasil. Hoje, mais de 80 milhões de brasileiros assistem ao YouTube por meio da CTV, o que indica uma base crescente de consumo em telas maiores e compartilhadas. O dado reforça o impacto direto do YouTube nas estratégias de conteúdo e publicidade.
Segundo Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, o consumo via TV reflete o desejo dos usuários de transformar o hábito de assistir em uma experiência mais coletiva e imersiva, ampliando o alcance de grandes momentos culturais e oportunidades para marcas.
De olho na nova tendência, a marca anunciou algumas novidades. O destaque foi o Shoppable CTV, recurso de publicidade voltado à TV conectada que deve chegar ao Brasil no fim de 2025. A ferramenta permitirá que o público compre produtos diretamente na tela da TV ou envie a experiência de compra para o celular, mantendo a navegação contínua.
Novas ferramentas para anunciantes
Além do Shoppable CTV, o YouTube apresentou outras duas soluções voltadas à publicidade. O Shoppable Masthead, em fase de testes no Brasil, permitirá a exibição de produtos junto ao formato de anúncio em vídeo da página inicial do YouTube, dando maior protagonismo à vitrine das marcas e facilitando conversões diretas.
Já o Peak Points, ferramenta baseada em inteligência artificial, analisará o comportamento da audiência para identificar os momentos de maior atenção e posicionar anúncios de forma mais eficiente. O recurso deve ser disponibilizado no primeiro semestre de 2026.
De acordo com Marco Bebiano, diretor de negócios do Google Brasil, as novas soluções respondem às transformações no consumo de mídia e ampliam as formas de integração entre conteúdo, publicidade e comportamento de compra. Segundo ele, a prioridade é “acompanhar os picos de atenção e criar experiências publicitárias mais orgânicas e relevantes para o público”.
Criadores e conteúdo impulsionam o crescimento na TV conectada
O evento também destacou o papel dos criadores de conteúdo na consolidação do YouTube como líder no consumo via TV. De acordo com Patricia Muratori, diretora do YouTube na América Latina, o vínculo autêntico entre criadores e audiência é o que sustenta a relevância da plataforma. Uma pesquisa da Talk Shoppe mostra que 89% dos espectadores da Geração Z no Brasil afirmam confiar no conteúdo produzido por criadores do YouTube, reforçando a credibilidade dessa relação.
Para ampliar as oportunidades de monetização, o YouTube lançará, em 4 de novembro, o Programa de Afiliados do YouTube Shopping, aberto a todos os criadores elegíveis. A partir dele, será possível marcar produtos em vídeos e Shorts, com Mercado Livre e Shopee como primeiros parceiros varejistas no país. A iniciativa busca aproximar criadores e marcas de forma mais direta, fortalecendo a economia de influência dentro da plataforma.
Transmissões e formatos locais fortalecem o ecossistema
O Brandcast também anunciou novos projetos de grande alcance. A Copa do Mundo da FIFA 2026 será transmitida integralmente no YouTube por meio de uma parceria com a CazéTV, que exibirá todos os 104 jogos do torneio — e já teve todas as cotas de patrocínio comercializadas.
Outro destaque foi o sucesso do Tiny Desk Brasil, adaptação local do formato global de apresentações musicais. O projeto, que já conta com duas temporadas produzidas com patrocínio da Volkswagen e da Heineken, terá novas edições em 2026, consolidando a estratégia da plataforma de investir em formatos premium com identidade brasileira.
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