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Aprender com os Melhores: A estratégia para líderes que não querem entrar em Modo Manutenção Corporativo

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Tempo de Leitura 4 min

Existe uma síndrome silenciosa assombrando muitas empresas: o famigerado Modo Manutenção Corporativo: Aquele estado em que a organização finge que está se transformando, mas na verdade está apenas tentando manter o que já conquistou.

Um dos pontos altos da palestra de Ram Charan na última APAS Show, foi uma daquelas falas que lança uma provocação incômoda e necessária: “Aprenda com os melhores.”

Mas a pergunta que vem em seguida é o que separa os líderes inquietos dos acomodados: Quem são os “melhores” com quem sua empresa está aprendendo hoje?

A resposta define não só a estratégia, mas a longevidade da companhia. Separei aqui cinco lições inspiradas pela aula de Ram Charan para serem aplicadas de forma prática e urgente:


1. Aprenda com o Cliente — O Verdadeiro MBA da Vida Real

Empresas que permanecem relevantes não estudam o consumidor como uma planilha, mas como um ecossistema em movimento. A Amazon entende isso como ninguém: seus cientistas de dados estudam hábitos com precisão cirúrgica, enquanto seus times de produto escutam o consumidor como artistas atentos aos detalhes.

Quer inovar? Saia da sala de reunião e vá pra sala de estar do cliente.

Exemplo real: Charan nos contou que nos anos 1980, a Unilever obrigava seus VPs a viverem por uma semana com as famílias de seus clientes. Em um dos casos apresentado, os executivos observaram o modo como uma mulher mexicana lavava roupas e a partir dessa experiência veio um insight que virou inovação de produto com foco em economia de água. Imersão real, resultado prático.

2. Tecnologia não é acessório, é sobre modelo mental

Aqui não estamos falando de “digitalizar o processo do atendimento” ou botar IA pra responder no SAC. Estamos falando de reimaginar o modelo de negócio com a tecnologia como núcleo. A Amazon usou a tecnologia para reimaginar a jornada do cliente não como enfeite, mas como estrutura. Em 1997 já tinha a obsessão: ser mais rápido, melhor e mais barato e com o digital como cérebro da operação.

Tecnologia não é transformação. Transformação é estratégia centrada no cliente, com tecnologia como alavanca.


3. Aprendizado Geracional: Onde Jovens Têm o GPS e Seniores Têm o Mapa

A nova liderança não mora apenas nos cargos, mas nas conexões entre gerações. Empresas inteligentes abandonam a hierarquia de ego e constroem pontes entre o contexto dos veteranos e a agilidade dos nativos digitais.

O conhecimento sobe, desce e circula — criando ecossistemas de troca real.

Modelo indiano citado por Charan:

  • 3h de teoria de manhã

  • Tarde prática no campo

  • Acompanhamento com profissionais experientes

  • Feedback constante e adaptativo

Ou seja, aprendizado contínuo, mão na massa e humildade como combustível da transformação.

Insight: Quer inovação de verdade? Junte o mapa dos veteranos com o GPS da nova geração. Só não vale o veterano querer dirigir o tempo todo, nem o jovem querer reinventar a roda sem ler o manual.


4. Boas práticas sem fronteiras: Inovação não tem CEP

Enquanto muita empresa só olha pros vizinhos do setor, os gigantes estão aprendendo com qualquer um que esteja fazendo algo brilhantemente diferente. Ainda tem muita empresa com síndrome do “benchmark de calçada”: só olha pro próprio umbigo, pro concorrente do bairro, pro mercado de sempre. Enquanto isso, o mundo já virou laboratório aberto de tendências, soluções e provocações.

As lojas da gigante da moda Uniqlo, no Japão, escaneiam dados de comportamento dos clientes em tempo real. O chairman analisa os dashboards pessoalmente. Isso não é controle, é cultura de dono com mentalidade de aprendiz global.

Lição? Aprenda com uma startup de Bangladesh ou um centro de inovação em Lisboa. Inovação não tem fronteira nem nacionalidade.

5. Cultura de aprendizado é o novo diferencial competitivo

Essa talvez seja a principal provocação: quem para de aprender, para de crescer. Simples assim.

Empresas que aprendem de verdade:

- Observam, não apenas medem

- Formam alianças, não só compram tecnologias

- Misturam gerações, não hierarquizam o saber

- Quebram silos mentais, não apenas os organizacionais

- Aprendem com o mundo — e o mundo é grande

Aprender com os melhores não é sobre fazer benchmarking.
É sobre ser um eterno aprendiz com radar aberto, repertório diverso e coragem para desaprender o que já não serve.

"Aprender com os melhores" é mais do que um conceito bonito. É uma decisão estratégica. O mercado não perdoa quem estaciona. A relevância de uma empresa hoje é proporcional à sua capacidade de aprender, desaprender e reaprender em tempo real.


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Alexandre van Beeck

Fundador da BCK — Business, Client & Knowledge

Alexandre van Beeck é fundador da BCK — Business, Client & Knowledge, uma consultoria que estimula líderes a se conectarem com os melhores para inspirar ideias, provocar reflexões e transformar negócios com propósito e visão de futuro.

AUTOR

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