Lembro como se fosse hoje a cena do dia em que fui assistir a uma apresentação de uma pesquisa na Ipsos e lá ouvi pela primeira vez o termo Selfie. Foi um espanto ver uma nova geração fazendo foto de si mesma. Era uma novidade e não tínhamos a exata noção, mas estávamos diante de um novo comportamento que mudaria o mundo com as pessoas registrando e falando para a própria câmera
As selfies se tornaram uma nova modalidade de comunicação e mudaram diversas indústrias. O fenômeno explodiu entre 2012 e 2013 e, no Oscar de 2014, a selfie de Ellen DeGeneres patrocinada pela Samsung para promover seu celular parou o mundo com o registro de Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Julia Roberts, Brad Pitt, Angelina Jolie, Jared Leto, Lupita Nyong'o, Peter Nyong'o, Kevin Spacey e Channing Tatum.

Hoje, em 2025, estamos diante de um novo paradigma: a desconexão programada e, de novo, a maioria das pessoas ainda não olharam para isso. O termo traz um dado sobre o uso de telas. Um estudo mostra que a geração Alpha — nascidos entre 2010 e 2024 — vive uma tentativa de reduzir o tempo diante das telas e valoriza marcas que oferecem presença física, como lojas, espaços de convivência e experiências tangíveis.
A desconexão programada pode ser um novo fenômeno também porque a maioria dos pais só pretende dar um celular aos filhos após os 12 anos — embora, na prática, admitam que os filhos acabam recebendo o dispositivo antes dos 11.
A questão, aqui, vai além das telas: é impressionante como muitas marcas perderam a conexão com as pessoas com a chegada da Geração Z. Falava-se de uma ruptura com a Geração Y, mas ela foi muito mais acentuada na Z — e tende a ser ainda maior na Alpha. Trata-se, de fato, de uma desconexão programada entre as marcas e seus futuros clientes.

As gerações nativas digitais estão impondo um novo desafio para as marcas. Elas precisam falar a língua delas. Precisam estar onde elas estão, do jeito delas. Filhos de pais oriundos da Geração Y, a Alpha não vê separação entre os universos online e offline, são mais questionadores, têm adaptação rápida a mudanças e novas situações e dão respostas ágeis em todas as suas interações.
Eles valorizam a diversidade e igualdade, preferem recompensas instantâneas, experiências a bens materiais, possuem maior consciência ambiental, de responsabilidade social e inclusão e demandam por mais personalização ao mesmo tempo em que apresentam déficit de atenção.
Essas características são um prato cheio para as marcas se desconectarem deles se ficarem paradas no tempo. A Geração Alpha já veio de fábrica programada para a desconexão com as marcas, produtos e serviços que não entregarem tudo que elas querem. E, com isso, elas podem deixar de lado um mercado estimado em US$ 5 trilhões até 2029, segundo a pesquisa “Um Olhar sobre a Geração Alpha”.
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