O Carnaval é um dos eventos mais relevantes para a cultura e a economia brasileira, movimentando bilhões em setores como turismo, bebidas, moda e beleza. De acordo com a Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, é estimado uma movimentação de aproximadamente R$6,4 bilhões, o que reforça o impacto dessa data. Nos últimos anos, o papel dos influenciadores digitais durante essa época se tornou central para marcas que buscam conexão direta com o público. Se antes o investimento em publicidade carnavalesca se concentrava em grandes celebridades e mídias tradicionais, hoje são os criadores de conteúdo, desde os macros até os micros e nanos, onde as estratégias de comunicação se ancoram.

Nesse cenário, a autenticidade é o ponto-chave para campanhas bem-sucedidas durante o Carnaval. Profissionais que conseguem traduzir o espírito desta festa, seja por meio de humor, tutoriais de maquiagem, moda ou experiências, se destacam. O público busca neles referências sobre o “rolê do momento”, os camarotes mais badalados, as fantasias mais criativas e as tendências de maquiagem que marcarão a temporada. Conteúdos como “arrume-se comigo” e DIY (faça você mesmo) também brilham nessa época, reforçando o desejo de personalização e inspiração. 

Micro e nano influenciadores têm um papel estratégico por suas características únicas. Eles costumam ser mais próximos de seus seguidores e não têm medo de explorar ideias diferentes, fugindo do óbvio. Essa proximidade permite uma comunicação diferenciada, elemento cada vez mais valorizado pelo público e pelas marcas. Durante o Carnaval, essa criatividade espontânea se torna essencial para gerar engajamento genuíno, algo que grandes nomes nem sempre conseguem alcançar com a mesma eficácia. Os setores que mais investem em campanhas durante o período incluem bebidas e cosméticos, que aproveitam a visibilidade espontânea gerada pelos conteúdos desses criadores.

Outro ponto relevante, são as campanhas regionais. O anúncio recente do governo do Rio de Janeiro, que investirá R$64 milhões no Carnaval de 2025, reforça a relevância cultural e econômica do evento. Desses recursos, R$30 milhões serão destinados diretamente às escolas de samba do Grupo Especial, enquanto outros R$10 milhões serão usados para melhorias operacionais no Sambódromo. A movimentação não apenas fortalece a festa carioca, mas também cria oportunidades para ativações criativas entre marcas e influenciadores.

Em Salvador, são esperados cerca de 850 mil turistas em 2025, movimentando R$1,8 bilhão, um crescimento de 63% em relação ao ano anterior, segundo o Observatório do Turismo. Essa pluralidade regional evidencia a necessidade de campanhas segmentadas. O Carnaval no Rio, com seus desfiles monumentais, é completamente diferente do trio elétrico em Salvador ou das festas de rua em São Paulo. Para estratégias eficazes, marcas precisam considerar essas especificidades regionais e, sempre que possível, envolver influenciadores locais para gerar identificação com o público.

A parceria entre marcas e influenciadores deve levar em conta mensagens claras sobre moderação e segurança, especialmente em setores como bebidas alcoólicas. Eles precisam estar atentos a essas responsabilidades, garantindo que sua comunicação não apenas promova experiências memoráveis, mas também respeite limites.

As expectativas para os próximos anos são de estratégias entre grandes e pequenos criadores, além de experiências ao vivo e interativas. O uso de tecnologias, como inteligência artificial, para personalizar recomendações, também deve se intensificar. No final, tanto para marcas quanto para influenciadores, o Carnaval se apresenta como uma plataforma poderosa para fortalecer conexões culturais, inspirar o público e promover experiências autênticas que vão além da folia.