Uma prática que não é novidade no mercado de comunicação para movimentação e geração de novos negócios para agências, com muito esforço e investimento, traz a reflexão da importância de processos de concorrências mais justos.
Convites para participar de BID (Bidding Process) com mais de 15 agências concorrendo a um único projeto, datas de pagamentos superiores a 90 dias após a entrega dos trabalhos, prazos surreais, exigências e pedidos fora do escopo no dia a dia, contratos com margem para solicitarem mais trabalhos com pouco orçamento, falta de feedbacks, entre outros, são algumas das situações encontradas nos BIDs de grandes marcas na hora de contratar uma agência. É frustrante perceber esse tipo de concorrência no mercado, onde são mobilizadas dezenas de pessoas e custos altos para um contrato que pode nem ser fechado.
Por outro lado, também percebemos a decepção das marcas ao investir e apostar em agências que mostram no processo de concorrência o “mundo ideal”, mas que não dão o retorno esperado conforme alinhado. Assim, além do dinheiro, se perde tempo em toda a dinâmica estabelecida. Há também, quem já fuja das concorrências. No entanto, precisamos voltar à raiz do BID e pensar que existem soluções para esse processo que, se bem executado, traz ganhos para todos os envolvidos.
O BID é uma seleção por concorrência através de critérios múltiplos e etapas com valor agregado e estratégico. Na comunicação, é um convite para agências de comunicação apresentarem uma proposta de trabalho, utilizado com intuito de reduzir custos da marca e promover a seleção qualificada de parceiros. Com um processo bem estruturado, é possível maximizar qualidade, pontualidade, fluidez e processos integrados, prevenindo riscos e gerando mais confiança ao contratar uma agência de comunicação.
Com orçamentos milionários em jogo, hoje é possível que as marcas terceirizem a criação e gerenciamento de BID, o que dá menos margem de favoritismo, rumores e evita a criação de concorrências que tem como foco apenas a especulação dos preços do mercado. O crescimento da aplicação de compromissos ligados à ESG, sendo o “G” a governança, incentiva esse tipo de seleção, que está alinhado com os objetivos de contratações de fornecedores de forma ética.
Em um mercado famoso pela autopromoção, como é o caso da comunicação, o BID acontece para dar as regras do jogo e alinhar as expectativas, trazendo transparência tanto para agências, quanto para marcas. Não adianta dizer o que faz, é preciso mostrar como faz, porém é necessário que existam regras equilibradas e imparcialidade para ótimos processos de ponta a ponta. Diante dessa prática de mercado, o que você faz a respeito desses processos?
*Vanessa Aloi é sócia-fundadora da ESSA Solução para Negócios.
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