Nos últimos anos, o digital passou a ocupar quase todo o espaço do marketing. Nunca houve tantas plataformas, tantos dados, tantas possibilidades de segmentação. E, ainda assim, nunca foi tão difícil capturar a atenção das pessoas. Em um fluxo contínuo de estímulos, vemos uma audiência saturada e cada vez menos disposta a se engajar.
As marcas aumentam frequência, testam novos formatos, produzem mais do que nunca. Mesmo assim, boa parte da comunicação se dissolve no ruído. Rolamos a tela, clicamos por impulso, buscamos o botão de “pular anúncio”. A atenção raramente se sustenta. O excesso tirou parte do poder de impacto do próprio digital.
No ambiente online, quase tudo vira métrica: impressões, visualizações, CPM, CTR. São indicadores relevantes, mas medem presença, não atenção. E atenção continua sendo o que realmente influencia uma decisão.

É aqui que surge a pergunta: se o digital já não é suficiente para segurar o olhar, onde está o espaço real para impacto?
Segundo o estudo da Capital One Shopping, a maior parte do consumo ainda acontece no ambiente físico. Em mercados maduros, cerca de 80% de todo o gasto em varejo continua passando pelas lojas físicas, não pelo digital.
A diferença está na jornada. No online, o caminho costuma ser direto: “quero o produto X, entro no aplicativo, compro o produto X e saio”. No físico, a experiência é mais rica. A loja oferece contexto, estímulos e gatilhos que simplesmente não existem no feed.
Quando essa experiência é potencializada por telas bem posicionadas e conectadas ao comportamento real do consumidor, o impacto se intensifica. Uma pesquisa realizada pela Mood Media, empresa global e referência na área, mostra que 58% dos shoppers percebem displays digitais em loja e quase metade afirma que já tomou decisões de compra influenciadas por esse conteúdo.

São pessoas presentes, comparando, escolhendo, decidindo.
É isso que chamo de impacto efetivo: estar no momento da escolha e não apenas no fluxo de conteúdo. Existe uma diferença enorme entre aparecer e ser visto, e é nesse intervalo que os resultados acontecem.
O digital continua essencial. Amplia alcance, gera dados, acelera jornadas. Mas, sozinho, já não basta. O caminho mais eficiente hoje nasce da combinação entre presença física relevante, tecnologia e contexto, transformando atenção em ação.
O futuro do marketing exige menos barulho e mais significado. No fim, por trás de cada número existe uma pessoa com prioridades próprias, escolhas infinitas e um tempo cada vez mais disputado. Impacto não nasce do volume. Nasce da convergência entre experiência, contexto e propósito.
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