Mulheres brasileiras sofrem quase três vezes mais assédio moral que os pares homens no ambiente de trabalho. Dados coletados por uma pesquisa da Forum Hub indicam que 71% dos profissionais que sofrem assédio moral no país são mulheres, enquanto 25% são homens.
De acordo com a Cartilha Pare e Repare, de autoria do Tribunal Superior do Trabalho, assédio moral é a exposição de pessoas a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, de forma repetitiva e prolongada, no exercício de suas atividades.
Os números, associados ao cenário descrito pela Cartilha, evidenciam a toxicidade do mercado de trabalho para as profissionais femininas, no qual os abusos se estendem para além da esfera moral. Nesse sentido, o levantamento aponta que 18% das mulheres ouvidas entre março e maio de 2023 relataram ter sofrido assédio sexual no trabalho, enquanto 3% dos homens relataram o mesmo problema.
Já quando o assunto é a demissão no retorno da licença parental, 3% das mulheres entrevistadas disseram já ter sido demitidas após voltarem da maternidade. Conforme dados de uma pesquisa da FGV, publicados em 2022, metade das mulheres perdem o emprego nos 24 meses após o retorno aos escritórios.
Na análise da CEO e cofundadora da Forum Hub, Patrícia Carvalho, os dados confirmam um panorama que advogados em todo o Brasil já testemunhavam no cotidiano da prática jurídica: a maioria dos clientes que enfrentam violações trabalhistas, incluindo assédio, são mulheres.
Para Patrícia, essa constatação evidencia a necessidade de acelerar o progresso no enfrentamento dessas questões, como a redução da desigualdade de gênero - que faz com que 16% das mulheres ganhem menos do que os pares masculinos na mesma função - e a promoção de ambientes mais inclusivos.
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