O mercado de beleza é um dos mais promissores no Brasil. O ramo movimenta a economia e gera milhares de oportunidades de emprego, tanto no varejo quanto na indústria. De acordo com uma pesquisa feita pelo instituto GfK, da Alemanha, o Brasil é o segundo no ranking de países que mais gastam tempo com cuidados com a beleza. Além disso, somos o quarto país no ranking mundial de consumo de cosméticos, como aponta o estudo da Euromonitor.
A tecnologia mudará rapidamente a categoria e o comportamento do consumidor segiurá novos padrões, segundo dados mostrados no webinar Cosmetics Design Beauty 4.0, feito pelo CosmeticsDesign-Europe. O evento reuniu executivos da Sephora, Shiseido, Mintel, entre outros, para debater o futuro da tecnologia no mercado de beleza.
Os dados mostraram que em cinco anos a construção de comunidades e a abordagem "virtual first" serão a chave do sucesso no metaverso. As marcas, no entanto, também precisarão estar atentas a outros canais para envolver consumidores que tardarão a usar a tecnologia. Os executivos falaram sobre 7 tendências que devem impactar o setor até 2027.
Metaverso além da experimentação
Enquanto a indústria da moda lidera o engajamento com o metaverso, a categoria de beleza começa a dar seus passos. O mercado está no estágio inicial, de testes, mas logo começará a envolver os consumidores consistentemente. O importante, agora, é começar e gerenciar as expectativas dos acionistas de que o dinheiro investido em projetos metaversos podem não gerar vendas instantaneamente. O fundamental é definir os KPIs relacionados às vendas e os não relacionados também.
Construção de comunidades
Como as marcas foram além da interação no metaverso apenas com o objetivo de criar experiências divertidas para o consumidor, o sucesso dependeria, até certo ponto, da construção de comunidades dentro desse espaço.
As mulheres adoram falar sobre beleza. É um conector e é muito importante criar essas comunidades em torno da marca. Como a amrca reúne essas experiências e dá a elas um espaço onde possam se envolver juntas é que fará a diferença.
Os influenciadores virtuais substituirão os influenciadores
A evolução do Marketing de Influência está em andamento, com alternativas geradas por computador bastante envolventes e fieis para o público. O modelo em avatar já é uma aposta da WGSN como o futuro do influenciador digital. Para Joe McDonnell, chefe de insights da WGSN, o pós-pandemia trouxe a evolução do influenciador ou "revolução do influenciador". A questão é que agora as pessoas estão saturando a confiança nas personalidades digitais e buscando formatos mais inovadores.
Para o executivo, o formato de avatar permite mais dinamismo, algo que a geração Z busca nas marcas. A análise da WGSN mostrou que o fator novidade é o que mais ajuda a engajar. "As pessoas não fazem mais distinção entre o real e o virtual. Elas veem o comércio eletrônico como uma extensão de loja, a Netflix como extensão do cinema e a mídia social como uma extensão dos seus pares", disse McDonnell.
Tecnologia a favor da transparência
Os painelistas do webinar concordaram que há um valor inexplorado a ser extraído dos NFTs que servem como certificados de propriedade e autenticidade no metaverso. A visão era que, no futuro, o foco mudaria da sustentabilidade para a transparência e que, em busca desse objetivo, a indústria da beleza faria mais uso dos dados associados aos NFTs.
Em breve, será possível acompanhar a jornada da cadeia de suprimentos de um produto por meio de um contrato inteligente. A indústria contará cada vez mais com isso para ver se os produtos são sustentáveis e legalmente compatíveis.
“Virtual first” substituirá a realidade
Agora as marcas abordam o metaverso como um meio de recriar o mundo real. No entanto, a previsão é que essa visão seja invertida quando o virtual se tornar a nova norma. “Virtual first será o próximo passo; A Nike está trabalhando com a Artefact para criar tênis no metaverso que o consumidor pode comprar no mundo real, por exemplo. Há uma maior fluidez entre o mundo real e o mundo virtual - uma marca pode enviar NFTs aos consumidores que eles podem resgatar na loja por um produto real. Isso cria um programa de fidelidade bastante poderoso e divertido.
As experiências de tecnologia de beleza serão perfeitas
À medida que a tecnologia se tornou mais elegante e sofisticada, os palestrantes disseram que não haveria desculpas para experiências desconexas do consumidor e que a perfeição precisava transcender os pontos de contato online e offline. A experiência do consumidor deve ser muito consistente em todos os pontos de contato e esses pontos de contato devem estar perfeitamente conectados. Trata-se de falar com o consumidor de forma holística.
A tecnologia de diagnóstico integrará saúde e beleza
Em sua primeira “loja do Futuro” em Cingapura, a Sephora ofereceu recomendações de cuidados com a pele por meio do Skincredible - um dispositivo de análise de pele para dermatologistas. No futuro, o uso de wearables provavelmente será estendido para diagnosticar problemas de saúde da pele, confundindo a linha entre beleza e saúde.
Até 2027, beleza e saúde da pele estarão se tornando mais alinhadas e isso apresenta um novo conjunto de potenciais produtos para analisar tudo, desde a hidratação da pele até os poros, manchas e níveis de FPS. Há uma grande oportunidade para a tecnologia de beleza fazer parceria com tecnologias adjacentes na área de diagnóstico, da mesma forma que as tecnologias de teste de DNA estavam sendo integradas a recomendações de dieta personalizada na área de nutrição.
COMPARTILHAR ESSE POST