Criadores, empresas e plataformas de mídia precisam estar constantemente atentos às novas tendências e às demandas do público para se manterem relevantes. É importante lidar com críticas e debates de forma construtiva e aberta, buscando entender as perspectivas do público e aprimorar o conteúdo. A afirmação é da futurista Jaqueline Weigel, que apresentou no Rio2C insights e projeções sobre o impacto da tecnologia na indústria criativa.
Em um estudo apresentado por Jaqueline, ela aponta que é necessário combater a proliferação de desinformação e discurso de ódio on-line, promovendo conteúdo verídico e responsável. Além disso, reforça que é crucial garantir a privacidade dos dados do público e utilizar esses dados de forma ética e responsável.
Nesse sentido, a Inteligência Artificial será determinante. Três fatores se destacam e devem ganhar a atenção do mercado. O primeiro de que a IA está transformando a indústria da mídia e do audiovisual de diversas maneiras, desde a produção de conteúdo até a distribuição e consumo.
O segundo, que os algoritmos de IA são utilizados para recomendar conteúdo personalizado para cada usuário, analisar dados de audiência e identificar tendências de consumo. O terceiro e último, que a IA também está sendo utilizada para gerar conteúdo original, como roteiros, músicas e imagens, levantando questões sobre autoria e criatividade.
Jaqueline pontuou alguns insights durante sua apresentação sobre o uso da IA no consumo de conteúdo. Confira sete deles:
1. Os criadores de conteúdo precisam ser mais conscientes do impacto social e ambiental de seus trabalhos, além de garantir que seus conteúdos sejam autênticos, representativos e inclusivos.
2. Empresas e plataformas de mídia precisam desenvolver novos modelos de negócio que se adaptem às novas expectativas do público, como assinaturas personalizadas e modelos de publicidade mais transparentes e plataformas de crowdfunding, que vêm sendo usadas em situações muito particulares até esse momento.
3. O engajamento do público se torna mais importante do que nunca, com empresas e plataformas de mídia buscando criar experiências que incentivem a participação e o debate entre os usuários.
4. Mais oportunidades para criadores independentes que produzem conteúdo autêntico e que atende às demandas do público.
5. Há a possibilidade do fim da exclusividade e de monopólios de poder na indústria criativa, criando novos padrões de contratação - mais equilibradas, mais colaborativas, e com microprodutores pareados com as grandes indústrias no momento de negociação.
6. Há um movimento de aumento do consumo de conteúdo imersivo e real, com o consumidor podendo escolher a participação passiva (assistir e ouvir) a ativa (produzir e interagir). Há mais busca de experiências cada vez mais reais, e de tecnologias que permitem a leitura da interação que o indivíduo tem com o conteúdo, o que traz a ampliação do formato de interação de jogos imersivos para grande maioria dos conteúdos audiovisuais.
7. Com inúmeros novos entrantes no mercado de produção de conteúdo, grandes indústrias podem continuar a perder share, ter pouca agilidade em função de burocratização legal, mas podem se adaptar rapidamente a este novo mercado e trabalhar em parceria com produtores autônomos.
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