A lista de benefícios proporcionados pela parceria entre marcas e influencers é vasta e bastante conhecida pelos profissionais de Marketing. Em função disso, é algo cada vez mais comum ver influencers nascidos no berço da Internet como os protagonistas de campanhas ambiciosas. Por outro lado, a busca pelo influenciador ideal exige um cuidado bastante específico: a identificação dos influenciadores falsos.Atualmente, 48,9% dos influenciadores brasileiros são afetados por fraudes, conforme aponta o relatório “Fake influencers no Brasil”, divulgado pelo HypeAuditor em parceria com o Mundo do Marketing. Além de desperdiçar os recursos financeiros destinados às estratégias de Marketing, os perfis fraudulentos podem prejudicar a credibilidade e a reputação das marcas.
Mas, afinal, como distinguir influenciadores genuínos e separá-los dos falsos? Primeiro, é preciso definir quem são os fake influencers. De acordo com o relatório, os impostores são pessoas reais que empregam vários truques para inflar o número de seguidores e interações em seus perfis, com o intuito de atrair marcas interessadas em colaborar com criadores de conteúdo. Portanto, são perfis que não exercem influência genuína sobre um público real - o principal diferencial do Marketing de Influência.
O relatório aponta que, no Brasil, 72,6% dos influencers que flutuam na casa dos 500 mil e 1 milhão de seguidores são afetados pelas fraudes. Quanto aos nichos mais impactados pelos impostores, estilo de vida (58,7%), modelos (53,6%), moda (53,3%), criptomoedas/NFT (52,6%) e cinema (52,2%) aparecem como os principais. Do outro lado da moeda, computadores e tecnologia (36,07%) é o nicho menos afetado por impostores.
Além de desperdiçar os recursos financeiros destinados às estratégias de Marketing, os perfis fraudulentos podem também prejudicar a credibilidade e a reputação das marcas. Afinal, ao camuflar métricas importantes, como o número de interações e o número de seguidores, por exemplo, os impostores alimentam as expectativas das marcas por retornos que nunca se concretizarão.
O modus operandi
No Brasil, os comentários inautênticos são a forma mais prevalente de atividade suspeita entre os influenciadores. 25% dos influenciadores têm mais de 30% de seus comentários afetados dessa forma, aponta o relatório.
Outra prática suspeita comum é a flutuação no crescimento de seguidores inautênticos, com 12% dos influenciadores experimentando aumentos ou quedas súbitas em suas contagens de seguidores.
A HypeAuditor listou cinco estratégias comuns utilizadas pelos influenciadores falsos:
Uso de robôs: Robôs (ou bots) são programas de software que interagem automaticamente com perfis por meio de comentários, curtidas e seguidores falsos. Com frequência, os comentários gerados por bots são similares e não condizem com o contexto da imagem.Grupos de engajamento (Pods): Grupos de engajamento, também conhecidos como "panelinhas de comentários", são comunidades e grupos criados por usuários que se ajudam mutuamente a aumentar o engajamento de seus perfis. Um membro do grupo posta uma imagem com um link para um chat do grupo, com um pedido do tipo "curtam, comentem, salvem". Em seguida, os membros do grupo interagem com as postagens uns dos outros da mesma maneira."Siga para ser seguido" (Follow for follow): Essa tática envolve seguir diversos perfis com o objetivo de obter novos seguidores. No entanto, quando esses perfis retribuem o acompanhamento, os influenciadores falsos costumam deixar de segui-los.Sorteios de prêmios: Sortear prêmios é uma estratégia amplamente utilizada por influenciadores falsos. Normalmente, eles promovem sorteios de prêmios valiosos para estimular o engajamento, exigindo que os participantes curtam, comentem, compartilhem e marquem amigos nas postagens.Contas falsas e perfis fictícios: Influenciadores falsos podem empregar contas fictícias de pessoas inexistentes. Esses perfis costumam usar fotos retiradas de bancos de imagens ou de modelos, e contam com robôs para simular uma influência significativa.Como se proteger
A construção de mecanismos mais seguros contra fraudes no Marketing de Influência é um exercício conjunto, que depende de esforços realizados tanto pelas plataformas, quanto pelos usuários. Entre 2022 e 2023, o Instagram melhorou significativamente suas medidas anti-fraude, resultando em uma detecção e desativação mais rápidas de contas fraudulentas.
Com efeito, o número de influencers afetados (48,9%) por fraudes caiu 7,25% no período. O índice, no entanto, ainda é alto e exige atenção. Pensando neste contexto, a HypeAuditor listou três métricas que devem ser consideradas por marcas antes de fechar parcerias com um influenciador:
Autenticidade do público: A autenticidade do público é determinada pela proporção de seguidores genuínos em relação ao total, incluindo pessoas reais e outros influenciadores. Quanto maior a porcentagem de seguidores reais e influenciadores, mais autêntica é a audiência.Tipo de público do influenciador digital: Alguns dados sobre o público do influenciador indicam se os seguidores estão verdadeiramente ativos e engajados, tornando mais simples a identificação de influenciadores falsos, já que não é possível obter o mesmo nível de envolvimento com seguidores falsos.Capacidade de alcance do público: Usuários do Instagram que seguem menos de 1500 contas são considerados mais acessíveis, uma vez que é provável que vejam a maioria das postagens dos influenciadores. No entanto, perfis que seguem muitas contas são considerados menos acessíveis, uma vez que suas postagens não são exibidas com a mesma frequência.
Adicionalmente, ferramentas específicas para a análise dos dados dos influencers podem ser utilizadas para poupar o tempo tomado por verificações manuais. A Análise de Influencers do HypeAuditor, por exemplo, permite a avaliação de criadores com mais de 35 métricas valiosas, como taxa de engajamento, crescimento de seguidores e autenticidade de comentários em um único clique.
Baixe o relatório Fake Influencers aqui. Leia também: Gastos globais com Marketing de Influência crescerão 55% nos próximos quatro anos
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