A longa contenda entre Elon Musk, dono do X (antigo Twitter) e o Poder Judiciário – em especial, o ministro Alexandre de Moraes, do STF – atingiu seu ápice no último sábado, 17. Acusando o magistrado de tomar decisões arbitrárias para censurar a rede social, Musk anunciou o encerramento da operação do X no Brasil.
Em comunicado, a cúpula do X escreveu que Moraes optou por ameaçar a equipe no Brasil em vez de respeitar a lei ou o devido processo legal. Como resultado, prossegue a nota, a decisão de encerrar as operações no Brasil, com efeito imediato, foi tomada para proteger os funcionários no país.
Os imbróglios ganharam força quando o STF determinou que o X retirasse do ar contas de usuários acusados de propagar desinformação e discursos de ódio, sob multa em caso de descumprimento. Um dos casos mais acompanhados pelos internautas é o do influencer Monark, ex-Flow Podcast, que teve a conta suspensa em múltiplas ocasiões.
Contrário às suspensões, Musk anunciou que não baniria outros usuários indicados pelo STF, alegando que as decisões de Alexandre de Moraes podem ser interpretadas como um ato de censura e uma violação ao direito à liberdade de expressão – coro defendido por alguns usuários comuns e influencers investigados.
Apesar da retirada do país, o X continua em funcionamento e os usuários brasileiros podem acessá-lo normalmente. A operação ainda deverá observar as leis e os estatutos previstos para a internet brasileira e a empresa segue sendo suscetível a multas, suspensões ou, em caso de violações graves, a suspensão total do serviço.
Panorama de Marketing
Após a aquisição de Elon Musk, o Twitter foi o ponto central de polêmicas envolvendo o nome de seu novo dono. Temendo potenciais prejuízos à própria reputação, anunciantes como Apple, Disney e Paramount abandonaram a plataforma, alegando falhas nas diretrizes de moderação da rede.
Mesmo assim, o X manteve sua relevância para estratégias de publicidade. Em 2023, 67% dos negócios B2B mundiais utilizavam a plataforma como parte da estratégia de Marketing Digital, conforme aponta um estudo divulgado pelo CENP. Naquele ano, a plataforma ocupou a décima posição no ranking de redes mais utilizadas no Brasil.
Em um cenário de interrupção total da plataforma, as consequências mais severas devem cair sobre os criadores de conteúdo. Dados divulgados pela W51 apontam que cerca de 15 milhões de brasileiros seguem algum influenciador na plataforma, e pouco mais de nove milhões já compraram ou contrataram um serviço por indicação da plataforma.
Leia também: Twitter virou X: precisamos falar sobre reposicionamento
COMPARTILHAR ESSE POST