Confesso: vim ao Web Summit de Lisboa para enfrentar meu medo da IA. Sim, você pode enxergar sob um ângulo: essa tecnologia pode ocupar o meu espaço. Ou pode olhar de outro modo: posso impulsionar ou transformar minha carreira com tudo o que ela oferece. E pode mesmo!
Durante o evento, assisti à multi-vencedora do Grammy, a musicista Imogen Heap, falar sobre como a IA a auxilia a compor, criar novos sons e expandir sua criatividade. Também presenciei o encontro do artista Stefan Temmel com Michael Schramm, CEO e cofundador da OwnerChip. Enquanto Stefan pintava uma tela ao vivo, Michael demonstrava como sua plataforma incrementa as vendas no mundo da arte, transformando o celular em uma gigantesca galeria. Ao final da apresentação, com a obra finalizada, o quadro já estava disponível para venda, com certificação e tudo mais.
No campo da publicidade, vi poderosas ferramentas para filmes. Agora, captando a imagem de uma pessoa falando em português, podemos transformar o filme em qualquer língua, mantendo a mesma naturalidade e expressão. Também conseguimos criar imagens ou personagens, definindo o tom de voz e as expressões desejadas, para estabelecer uma conexão genuína com a marca. Com uma única captação, é viável produzir mais de 10 filmes por dia. Não enxerguei o fim das produtoras, mas sim a explosão de possibilidades criativas, com versões personalizadas que aumentam ainda mais a conexão entre marcas e consumidores.
O dia continuou intenso. Passei pela área da saúde e vi como a IA pode auxiliar no diagnóstico de diversas doenças. A Philips já produziu inúmeros recursos para cirurgias, exames... vi um aparelho mínimo, que você pode usar no bolso da camisa, na altura do coração. Está conectado com a IA. Não é um alarme para o caso de um infarto. É um sistema que, se houver alguma alteração cardíaca, baseado em comparação de dados, pode prever um infarto com semanas de antecedência! Prevenção é tudo.
Termino com um momento extremamente emocionante: uma palestra apresentou a história de um DJ japonês que perdeu todo o movimento do corpo. E a IA, associada a outros sistemas, devolveu a vida e a carreira na mesma intensidade. O DJ pode montar a playlist só com o olhar. Sim, olhando para a tela, ele consegue comandar suas escolhas. Mais: fixaram micro sensores em suas pernas e braços imobilizados, que captam energia e intenção, projetando uma imagem que ganha vida e movimento em uma tela.
Convido você a uma reflexão. Passamos pela revolução industrial e, sem ela, jamais teríamos acesso a tantos bens. Passamos pela intensa chegada da energia elétrica. — Imagina sua vida sem ela? Depois, veio a revolução digital. Quem não teve medo do fim da supremacia analógica? Então, chegou a hora de aceitar e tirar o melhor da IA para nossa existência. As duas palavras-chave para nossa evolução são: governança e ética. Mas sempre estaremos produzindo comunicação e soluções de humanos para humanos. O algoritmo está apenas no meio, ajudando.
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