O mundo da cultura e do entretenimento está acostumado com grandes eventos, porém, mais restritos aqueles realizados entre Rio-São Paulo. Fora desse eixo, há um outro acontecimento que mobiliza a cidade inteira de Curitiba todos os anos, o Festival de Curitiba. Nascido há 31 anos somente como um festival de teatro, hoje é um mega evento que envolve nada menos do que 250 mil pessoas e mais de 60 marcas patrocinadoras. Hoje, o evento abriga também uma mostra de teatro para além dos grandes espetáculos, o Fringe, o Risorama, com expoentes do stand-up comedy nacional, o Gastronomix, um grande encontro entre a alta gastronomia, a arte e a música, o Guritiba, uma mostra voltada ao público infantil e juvenil, o MishMash, voltado para as artes circenses, e o Interlocuções, dentro da Mostra Lucia Camargo com debates, oficinas, encontros, lançamento de livros, e exibição de filmes. É um cardápio variado de opções e patrocinadores, mas, claro, não começou assim. A criação do Festival de Teatro coincidiu com a comemoração do aniversário de Curitiba e, em 1992, a ideia era ter 10 grandes peças celebradas em outros grandes centros em 10 dias. Só para ter uma ideia, hoje, são mais de 350 atividades realizadas em 14 dias. Mas a ideia já nasceu grande. “Já tínhamos mapeado 100 salas de teatro, mas nenhuma tão grande para abrigar os espetáculos a não ser o Teatro Guaíra”, lembra Leandro Knopfholz, diretor do Festival e um dos idealizadores com então 17 anos. Na época, Leandro entendia tanto de teatro quanto falar mandarim fluentemente, mas sabia que precisava de parceiros na área e, principalmente, patrocinadores. Os primeiros foram O Boticário e o extinto banco Bamerindus. “Começamos com patrocínio privado, antes das Leis de Incentivo e com a inauguração de dois grandes teatros (entre eles, a Ópera de Arame, construída em parceria com a prefeitura especialmente para o festival)”, comenta Knopfholz. O Festival hoje é o maior evento da cidade e com o maior fluxo de turistas. “É um número bastante relevante. São 24% de pessoas que vêm de fora da cidade e bastante relevante para o ecossistema”, aponta Dado Borell, gerente comercial do Festival, que já teve patrocínio de marcas como Itaú, Cielo e Renault. Hoje, Banco CNH Industrial e New Holland, Novozymes, Copel, Sanepar, EBANX, DaMagrinha 100% Integral, GRASP, Uall e ClearCorrect são os principais patrocinadores. O Festival é um grande alavancador do teatro, da cultura e das artes no Brasil. Muitos artistas e profissionais foram projetados nacionalmente ao longo dos últimos 30 anos. Com o crescimento e as novas atrações, o Festival estava em seu ápice em 2020. “Criamos uma soma de ativos que agora também tem teatro e em fevereiro de 2020 estava tudo pronto para a realização em Março, quando começou a pandemia”, comenta Knopfholz. Na época, o Festival foi o primeiro grande evento nacional a cancelar a sua realização e a realizar edições online em 2020 e 2021. A volta às condições normais foi em 2022 depois de dois anos em um modo de sobrevivência. “Mesmo assim tínhamos mais marcas para apoiar do que ativos para patrocinar porque estava tudo represado”, lembra Borell. Hoje, uma das bandeiras do Festival é a pauta de ESG, onde os patrocinadores aproveitam as atrações do Festival para levar cultura e capacitação como ferramenta de transformação social. O próximo passo do Festival de Curitiba é avançar com todas as propriedades como o Gastronomix e o Risorama para outras cidades e fortalecer a comunicação 360, além de ganhar ainda mais projeção nacional. “Queremos que os nossos produtos sejam grandes conteúdos ao longo de todo o ano, como programas de podcast, de televisão, seminários… valorizando a cultura e a transformação social”, adianta Leandro Knopfholz. * O jornalista viajou para Curitiba a convite do Festival.
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