O outono de 2025 no hemisfério norte está prestes a começar e já é uma bússola do que virá como tendência no próximo ano ao Brasil. A estação promete trazer mais do que novas cores e texturas para a indústria da beleza. De acordo com estudo da Mintel, a temporada será marcada pela união de nostalgia e praticidade, uma combinação que aponta caminhos estratégicos para profissionais de Marketing. A tendência é revisitar estilos icônicos do passado, mas adaptados para a rotina acelerada do consumidor atual, que busca tanto conexão emocional quanto facilidade de uso.
Um dos movimentos mais fortes é o chamado Turkish Delight Look, que resgata o glamour dos anos 60 em uma versão simplificada e acessível. Inspirado no estilo das divas turcas e do cinema europeu da época, esse visual é caracterizado por olhos bem marcados com delineado gráfico, cílios volumosos e sobrancelhas definidas, em contraste com a pele mais natural.

O diferencial para 2025 está na forma de aplicação: produtos que antes exigiam técnica agora chegam ao mercado em formatos intuitivos, como kits com stencils para delineado perfeito, máscaras enriquecidas com fibras que aumentam instantaneamente o volume dos cílios e paletas compactas que facilitam a construção do look completo. A proposta é entregar sofisticação retrô sem exigir habilidade profissional, democratizando o acesso a um estilo que carrega forte apelo emocional.
Essa tendência abre espaço para narrativas que combinam emoção e praticidade. Embalagens que remetem a ícones do passado podem reforçar a memória afetiva, enquanto campanhas digitais curtas e tutoriais rápidos em plataformas como TikTok e Instagram ajudam a mostrar como o look pode ser reproduzido em minutos.
Além disso, o Turkish Delight Look permite a criação de bundles temáticos — kits que oferecem todos os produtos necessários para a transformação — estimulando a experimentação e aumentando o ticket médio. Ao conectar a estética nostálgica ao desejo de praticidade contemporânea, as marcas conseguem atingir tanto consumidores jovens, curiosos em explorar referências históricas, quanto públicos mais maduros, que se reconhecem no resgate visual.

Do gótico à primavera
Outra tendência que ganha força é o gótico anti-glamour, impulsionado por produções culturais como Wandinha e novas adaptações de clássicos sombrios como Nosferatu e Frankenstein. O estilo aposta no “imperfeito proposital”: olhos borrados, lábios escuros e texturas desalinhadas. A estética sombria se traduz em produtos versáteis, como gloss preto translúcido e sticks multifuncionais para olhos e boca.
A chave é tratar essa estética como microtendência, explorando edições limitadas, parcerias com criadores de conteúdo alternativos e ativações digitais que reforcem o caráter exclusivo e efêmero da proposta.
Já os pastéis fora de estação trazem um frescor inesperado. Tons tradicionalmente associados à primavera, como amarelo manteiga e verde menta, emergem como protagonistas do outono. O desafio é incentivar o uso sem intimidar o consumidor. Marcas têm apostado em versões cremosas e combinações com tons neutros, criando paletas equilibradas.
A oportunidade está em lançar produtos duplos — pastel mais neutro — e em oferecer experiências digitais de experimentação, como filtros de realidade aumentada, para reduzir barreiras e estimular confiança na compra.

O estudo da Mintel ainda chama atenção para a importância das redes sociais como motor dessas transformações. Com 57% dos consumidores de beleza nos Estados Unidos recorrendo ao digital como principal fonte de informação, plataformas como Instagram e TikTok se consolidam não apenas como vitrines, mas como espaços educativos. Tutoriais rápidos, testes virtuais com realidade aumentada e bundles que entregam o look completo ajudam a diminuir a distância entre desejo e conversão.
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