Passadas quase duas semanas desde a suspensão do X no Brasil, os usuários da plataforma seguem migrando para plataformas conceitualmente semelhantes à rede social desativada no dia 30 de agosto. Este movimento, no entanto, tem sido uma dor de cabeça para as marcas que assistiram ao esfacelamento de uma importante fonte de social listening.
Talvez, a expressão “dor de cabeça” seja um eufemismo: à altura da queda, o X acumulava 21,5 milhões de usuários no Brasil – uma classe de internautas conhecida por escrever opiniões pontuais sobre tudo e todos, inclusive sobre as marcas com as quais interagiam no dia-a-dia.
Na avaliação de Thiago Gonçalves, Diretor de Soluções de IA e Dados da plataforma de inteligência conversacional Blip, o X servia como um ambiente fértil para a coleta de dados e insights por meio das suas hashtags e termos nas interações dos usuários, diferentemente de outras plataformas que contam com algumas restrições.
De muitas maneiras e guardadas as devidas proporções, o ambiente do X oferecia um termômetro social semelhante ao serviço oferecido pelo Google Trends. Na plataforma, temas destacados como o “assunto do dia” em diferentes categorias de discussão frequentemente acabavam ecoando em outras esquinas da internet.
Com o bloqueio, esse monitoramento, que é objeto de estudo e estratégia para marcas e agências de comunicação, ficou comprometido e mais complexo, afirma o especialista. A curto prazo, as audiências estão migrando para outras plataformas, em especial, o Threads e o BlueSky, e cabe às marcas seguir o movimento a fim de restabelecer a capacidade de monitoramento.
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