A Johnson’s & Johnson’s entrou nos holofotes do noticiário financeiro após anunciar no último sábado (21) que sua subsidiária, Red River Talc LLC, entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos – recurso conhecido por lá como “Chapter 11”.
Mas o núcleo da atenção, em si, não está na saúde financeira da marca, mas sim, no motivo que levou ao pedido: a empresa tenta encerrar os processos relativos às acusações de que os talcos da marca estariam ligados a diagnósticos de câncer de ovário.
Acusações contra o potencial nocivo do talco da marca são feitas desde 1999 e se baseiam em argumentos que indicam a presença do amianto, um mineral cancerígeno para os seres humanos, na composição do produto.
Informações divulgadas em veículos de mídia do exterior apontam que o mesmo pedido de recuperação judicial foi realizado junto às autoridades estadunidenses em duas ocasiões, mas foram negados pela falta de anuência dos consumidores que se consideram lesados.
Nas ocasiões anteriores, a negativa foi construída sobre a prerrogativa de que o pedido constituía um movimento ilegal por parte da marca, que buscava, segundo as vítimas, driblar o devido processo de pagamento dos valores reclamados.
Agora, boa parte dos reclamantes (83%, segundo a Johnson’s & Johnson’s) que juntos, pedem compensações na casa dos US$ 8 bilhões, deram o aval para que a empresa realize o acordo. Internamente, o esforço foi nomeado como “Plano”.
Em 2020, a marca chegou a suspender a comercialização do talco nos Estados Unidos e no Canadá. Na ocasião, a empresa citou a “desinformação” como um gatilho para a diminuição da procura do produto nas prateleiras.
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