Na era do retail media e do consumo consciente, o ponto de venda físico está longe de ser ultrapassado. Pelo contrário: está se reinventando como canal estratégico de comunicação, experiência e rentabilidade. Essa foi a mensagem central de dois dos principais destaques da APAS Show 2025 — a presença da THE LED, referência em soluções em painéis digitais, e os debates promovidos pelo Fórum FFLVO, organizado pela IFPA.
Com um estande conceitual imersivo, a THE LED apresentou o tema Retail Media In Store, simulando o “supermercado do futuro” para mostrar como a integração entre conteúdo dinâmico, ambientação sensorial e dados de consumo pode transformar a jornada do cliente. A tecnologia, segundo a empresa, já mostra resultados concretos: lojas que utilizam painéis digitais registram, em média, aumento de 32% nas vendas. E mais: 68% dos consumidores afirmam que a sinalização digital influencia diretamente suas decisões de compra.
“Estamos falando de transformar o PDV em mídia, com projetos pensados para o consumidor e para o futuro do retail media. É hora das marcas olharem, ainda mais, para esse ambiente como parte fundamental do seu investimento publicitário”, afirmou Richard Albanesi, CEO da THE LED. A empresa já implementou projetos em mais de 1.200 lojas no Brasil e defende que o varejo físico pode ser o coração das ações de marketing mais impactantes da atualidade. Simples displays digitais, por exemplo, podem aumentar em até 24% o tráfego nas lojas.

FFLVO: frescor como fidelização
Do lado dos produtos frescos, o Fórum FFLVO, promovido pela IFPA, reforçou que frutas, flores, legumes, verduras e ovos não são apenas essenciais para uma alimentação saudável — são também motores de fidelização e lucro no varejo alimentar. Supermercados com maior participação da categoria no mix têm até 15% mais lucro, segundo dados da ABRAS e da PariPassu.
Dados da Scanntech confirmam a relevância do setor: o FFLVO representa 23% do faturamento total de perecíveis e foi o principal motor de retomada do varejo no 1º trimestre deste ano, com crescimento nas vendas em volume. Mesmo diante da desaceleração da inflação, frutas, ovos e flores apresentaram aumento de faturamento. Já legumes e verduras — ainda enfrentando retração de preços, como no caso da batata e da acelga — mantêm alta presença no carrinho do consumidor.
Entre os desafios estão as perdas médias da categoria, que ainda são altas: 9,7% em volume, de acordo com a ABRAS. Os principais gargalos apontados incluem a falta de padrão no recebimento e manuseio, armazenamento inadequado e operações desalinhadas entre centro de distribuição, loja e fornecedores.
A solução está em parcerias estratégicas na cadeia de abastecimento, com foco em rastreabilidade (como o uso do selo GlobalG.A.P), padronização técnica, capacitação das equipes, embalagens inteligentes e uma cadeia do frio eficiente. A educação do consumidor também entra como pilar essencial, com ações de fidelidade, nutricionistas e influenciadores ajudando a construir confiança e reforçar a imagem da loja como referência em saudabilidade.
Um dos destaques do painel foi o crescimento expressivo das saladas prontas e vegetais higienizados, que já movimentam R$ 2,8 bilhões por ano no Brasil, com crescimento de dois dígitos — impulsionado pela busca por conveniência sem abrir mão da saúde.
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