A experiência de ir ao shopping está cada vez menos atraente para os brasileiros. Uma pesquisa recém-divulgada pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) descobriu que, em 2023, estes empreendimentos receberam cerca de 462 milhões de visitantes por mês – queda de 8% em comparação a 2019, quando o volume de frequentantes chegou a 502 milhões.
De acordo com a Abrasce, as visitas semanais aos estabelecimentos também caíram ao longo do tempo. No ano passado, apenas 44% dos entrevistados visitaram shoppings semanalmente. A título de comparação, em 2016, 63% dos clientes passavam pelos centros comerciais todas as semanas, sem exceção.
Para o especialista em varejo Michel Tauil, as quedas no volume de visitantes pode ser explicada pelo avanço da tecnologia – especialmente no que diz respeito ao e-commerce –, pelo crescimento do delivery e pelos altos valores praticados pelos estacionamentos dos shoppings.
Tauil ressalta que, em um mundo pós-pandemia, cada vez mais viciado em telas e acomodado com o delivery, o papel do shopping e das marcas de varejo é perceber que o cliente não tem que ir ao shopping, e sim, tem que querer ir ao shopping. Neste contexto, o varejista precisa criar esse desejo e interesse em fazer o cliente sair da sua casa e ter a experiência presencial ao invés da on-line.
Como fazer isso? Para o especialista, o investimento em experiências únicas e temáticas podem ser saídas positivas para o mercado. Para exemplificar, Tauil menciona ações como a "Monte seu Ovo" na Páscoa, ou até mesmo, um museu itinerante do Van Gogh para atrair a atenção de consumidores que buscam no shopping um ambiente seguro e confortável para vivenciar experiências.
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