A categoria de beleza e higiene pessoal deve movimentar no País até o final deste ano cerca de R$ 170,6 bilhões, o que representa um acréscimo de 10,3% em relação a 2021, quando esse número foi de R$ 154,7 bilhões. É o que aponta a Pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros há quase 30 anos, com base em dados oficiais.
Com um desempenho crescente desde o início da pandemia, o setor aponta, segundo Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, para uma “perspectiva de mercado bem otimista, pois até mesmo em cenários recessivos, a população, ainda que usando máscara, não poupa recursos destinados ao seu bem-estar e à sua autoestima, inclusive a de classes sociais mais baixas”.
Nos cálculos acima, são levadas em conta despesas com artigos de higiene e cuidados pessoais, como perfume, creme, bronzeador, maquiagem, sabonete, papel higiênico, absorvente e desodorante, além de outros produtos para cabelo, pele, boca, unha entre outros.
Na contramão desse consumo desenfreado, porém, está a quantidade de comércio varejista desse setor, que engloba cosméticos, artigos médicos e óticas. De 2021 para cá, mais de 30 mil lojas foram fechadas, totalizando atualmente 290.281 unidades instaladas no Brasil.
Mundo do Marketing - Esse aumento no valor está relacionado a maior procura por itens de beleza ou pelos artigos terem ficado mais caros? Marcos Pazzini: Não temos informações neste sentido para poder quantificar a razão deste aumento, mas com certeza houve influência por conta dos preços mais altos, devido à alta da inflação e aumento de preço dos produtos, além do fato da população, de ambos os sexos, estarem mais predispostos a gastarem com produtos de higiene e beleza, por conta da vaidade e da necessidade de parecerem mais bonitos e se sentirem melhor. Mundo do Marketing - Como analisa hoje a preocupação do brasileiro com higiene e beleza? Marcos Pazzini: O crescimento do potencial de consumo deste segmento, mesmo no período da pandemia, quando a população teve de ficar em casa e, quando saía, tinha de usar máscaras, mostra o quanto os brasileiros (independente de sexo) têm preocupação com sua aparência. É um segmento que deve continuar a crescer nos próximos anos. Mundo do Marketing - Essa queda do varejo especializado indica uma maior procura desses artigos em supermercados, farmácias ou é reflexo do maior interesse pelo e-commerce? Marcos Pazzini: Com certeza, deve-se ao maior volume de compras por e-commerce. Durante a pandemia, os consumidores passaram a comprar mais pela internet, o que acabou gerando novos hábitos de compras. Isto levou ao fechamento de muitas lojas físicas, principalmente as que estão localizadas em ruas, ou seja, o comércio de rua acabou sofrendo bastante com a necessidade de ter de ficar fechado durante o início da pandemia. Muitas dessas lojas, por não terem uma gestão profissional, acabaram não resistindo e fechando as portas. Leia também: Tendências no mercado de beleza são moldadas por realidades virtuais, aponta WGSN
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