Segurança Psicológica é um termo que surgiu na década de 1960, ganhou força nos anos 1990, mas se tornou notória somente em 2016, por meio dos resultados do projeto Aristóteles, uma iniciativa milionária do Google para acompanhar times, revisar uma série de teses e estudos e assim responder à pergunta: o que está por trás dos melhores times?
Todo o estudo, bem como os resultados, foram apresentados por Charles Duhhig (autor do livro O Poder do Hábito), em um artigo publicado no The New York Times. A publicação surpreendeu Amy Edmondson, pesquisadora de Harvard que há mais de 30 anos se debruçava sobre o tema, estudando os impactos em times de diferentes áreas, de hospitais a organizações, e em 2018 publicou Fearless Organization, trazendo o conceito de Segurança Psicológica como "a crença de que o ambiente de trabalho é seguro para correr riscos interpessoais".
A neurociência já comprovou que o medo reduz as capacidades cognitivas. Ou seja, com o medo há declínio na memória, no processamento de novas informações, no pensamento analítico, na habilidade de gerar insights criativos. Segundo o filósofo Edmund Burke, 1756 "nenhuma paixão rouba os poderes de ação e raciocínio da mente com tanta eficácia quanto o medo".
Em suma, Segurança Psicológica é sobre:
um debate amistoso e respeitoso;
mais pessoas diferentes participando ativamente;
pessoas de diferentes níveis expondo suas ideias sem medo.
Mas por que ela é essencial nos times de Marketing?
O Marketing vem se transformando radicalmente nos últimos anos. A emergência das tecnologias transformou comportamentos, impôs uma nova velocidade e fragmentou a audiência. Além disso, nenhuma marca pode ficar inerte frente às questões sociais e às transformações culturais que moldam nosso contexto atual.
Segundo Raja Rajamannar, CMO and President - Healthcare Business Mastercard, a aceleração tecnológica irá seguir transformando completamente o marketing - e os profissionais terão que reinventar suas estratégias, estruturas e talentos.
Áreas e empresas onde não houver espaço para a evolução, para a inovação e para o questionamento do status quo não terão a habilidade necessária para navegar esse cenário de disrupção.
Onde existe segurança psicológica existe também um ambiente favorável a diversidade, a troca de ideias (inclusive entre diferentes hierarquias), espaço para experimentação e reconhecimento de erros. Existe, portanto, uma cultura de teste e, o mais importante, de aprendizado.
Por onde começar?
Existem sete perguntas, criadas por Amy Edmondson e disponíveis no livro Fearless Organization, que ajudam a entender o status atual de um time em relação à segurança psicológica:
1. Caso você cometa um erro no seu time, no geral, isso será levado contra você?
2. As pessoas dos times são capazes de trazer problemas e questões difíceis?
3. As pessoas dos times às vezes rejeitam os outros por serem diferentes?
4. É seguro arriscar nesse time?
5. É difícil pedir ajuda a outras pessoas de um time?
6. Alguém dessa equipe agiria deliberadamente para prejudicar meus esforços?
7. Minhas habilidades e talentos únicos são valorizados e utilizados no time?
No Marketing, onde a criatividade e a capacidade de se adaptar são fundamentais, cultivar um ambiente seguro para debates, experimentação e aprendizado pode ser a diferença entre a estagnação e a prosperidade.
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