Os memes estão cada vez mais presentes na rotina das pessoas, fazendo parte das nossas vidas online, por meio de redes sociais, e conseguindo assim atingir a vida real. Existem tipos diferentes de memes e que impactam de forma única, em especial a Geração Z, pessoas de 13 a 27 anos, que é bombardeada pelo uso do recurso. Porém, por que será que fazem tanto sucesso com esse público?
Para responder essa e mais outros questionamentos sobre memes, o InstitutoZ, uma iniciativa da Trope (consultoria de geração Z da qual sou fundador), em coautoria com o Saquinho Mídias Criativas, fez um estudo para entender a relação da Geração Z com memes. A partir dos dados, foi possível classificar os memes em quatro categorias com características em comum: bordões, ao vivo, o cotidiano de um trabalhador e o poder da internet.
Esse agrupamento nas categorias aponta para possíveis padrões que, se forem repetidos, podem potencializar a possibilidade de viralização. Memes bordões, como o famoso ‘Se isso é estar na pior’, ficam conhecidos justamente por serem expressões icônicas que mostraram sua originalidade, seu humor universal e ainda conseguiram despertar o engajamento da comunidade. Inclusive, memes bordões se relacionam com os memes ao vivo.
Os memes ‘Calma, calabreso’ dito por Davi no BBB 24 e o ‘Hoje é dia de rock, bebê’ falado pela atriz Christiane Torloni, durante o Rock in Rio de 2011, aconteceram em momentos ao vivo e de uma forma orgânica, sem a intenção de virar um meme. E essa naturalidade é o que faz com que se destaquem, além de serem simples e utilizarem humor universal. O fato é que mesmo sem internet, em outros meios e canais de comunicação, os memes sempre existiram, por mais que usássemos outra expressão.
Já os memes do cotidiano de um trabalhador, como o italiano ‘Attenzione pickpocket’ e o ‘Gente, vamos almoçar?’ ficaram conhecidos por sua originalidade e relatabilidade, pois são apenas situações cotidianas que, com criatividade e o timing certo, fizeram muito sucesso. As duas moças, estrelas do memes mencionados, foram entrevistadas para matérias de grandes veículos, como pelo Fantástico, programa da Rede Globo.
Por fim, os memes do poder da internet são os que mais precisam de fatores para viralizar. Os memes ‘Base da Virgínia’ e ‘Uma fazenda maluca’ ficaram conhecidos por conta do timing de outros criadores de conteúdo, da adaptabilidade que as pessoas tiveram para adequar o meme em seus contextos e a relatabilidade, que causou um grande engajamento da comunidade.
A partir dessa categorização, podemos perceber que muito do sucesso dos memes, que são conteúdos que traduzem sentimentos complexos de comunidades, está ligado justamente ao fato de que podem gerar conexão e pertencimento. De acordo com dados do estudo do InstitutoZ, mais de 50% da Geração Z concorda que memes contribuem moderadamente para o senso de pertencimento de comunidades.
Essa é uma das razões pelas quais a GenZ se reúne em comunidades, pois buscam uma conexão a partir da troca entre pessoas reais no ambiente digital, pois se você não acompanha um determinado assunto, os memes não farão sentido e é provável que fique fora da conversa. Nesse cenário, entram os criadores de conteúdo, que conseguem conversar com comunidades diversas, para atingir mais pessoas por meio da ressignificação de memes ao adaptá-los para seus contextos.
*Luiz Menezes é fundador da Trope
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