O crescimento e a popularidade da inteligência artificial são justificáveis. Diversos serviços e tarefas foram simplificados por conta da nova tecnologia. Mas uma área que ainda pode ser melhor explorada é a da comunicação. Plataformas como Design AI, Murf AI e ChatGPT já estão ganhando espaço por gerarem propagandas, áudios e roteiros quase que instantaneamente.
Um processo que poderia demorar dias, semanas ou anos para ser desenvolvido, agora pode ser feito rapidamente. Bastam os comandos certos. Diminuindo o trabalho manual e ajudando empresas a focarem no mais importante. Plataformas podem até criar uma campanha de marketing completa em segundos, otimizando o tempo e abrindo um espaço para um maior número de clientes serem atendidos.
Esses comandos, chamados de prompts, são fundamentais para ajudar a IA a criar o conteúdo. Quanto mais descritivo ele for, melhor é a resposta da plataforma, que funciona assim: a pessoa dá o prompt e a plataforma corre no banco de dados para identificar os padrões de imagens e textos já existentes e que tenham a mesma descrição do comando. Depois disso, a IA usa os traços como base para poder fazer a obra do jeito solicitado. Esse banco de dados é composto por uma infinidade de informações que estão na internet e são usadas para “treinar” a máquina.
Isso significa que é possível criar propagandas com milhões de possibilidades do zero por meio da IA, desde algo mais básico como o fundo de uma floresta com uma narração ou até mesmo um vídeo do Tom Cruise vendendo o seu produto. Mas calma, existem armadilhas nesse mundo virtual. Um problema que vem gerando muita polêmica ultimamente é a questão dos direitos autorais. A grande dúvida que fica é: de quem são os direitos autorais das produções feitas por essas plataformas de inteligência artificial? Seriam do software? Da pessoa que insere os prompts? Dos autores das obras já existentes que serviram como base? A resposta é incerta.
Segundo as políticas de uso dessas plataformas, a responsabilidade, propriedade intelectual e criação pertencem ao usuário que insere os prompts para gerarem os resultados via inteligência artificial e big data. Porém, muitos detentores de direitos autorais têm pressionado as plataformas de IA por conta disso. Como é o caso da Getty Images, maior empresa de banco de imagens do mundo, que está processando a Stability AI, acusando-a de usar indevidamente mais de 12 milhões de fotos para treinar seu sistema, sem licença de imagem.
Por conta das plataformas ainda serem uma espécie de “terra de ninguém”, é preciso cautela. É importante que as empresas tenham um acompanhamento especializado no tema para que as questões legais não atrapalhem a estratégia de comunicação delas. Hoje, as companhias que ainda não deram seus primeiros passos rumo à IA, perdem infinitamente mais audiência e ROI.
Mas, se sua empresa já se comunica ou pretende se comunicar nesse novo mundo, é preciso atenção para trabalhar com plataformas que já tenham um caminho mais claro na sua política de uso e de detenção de direitos. Assim, as marcas conseguem se comunicar com clareza e sem correrem riscos legais.
*Caíto Cyrillo é CEO da TRIO
COMPARTILHAR ESSE POST