O segundo painel do Key Trends 2021 trouxe reflexões sobre o Comportamento do Consumidor e o que eles esperam das marcas no próximo ano. Mediado por Bruno Mello, CEO e Editor-Executivo do Mundo do Marketing, a transmissão contou com participação do PhD em Antropologia e Sociologia, Fábio Mariano, e do pesquisador, especialista em comportamento e Presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles.
Fabio trouxe uma reflexão importante sobre as relações de passado e futuro. “O futuro não é linear, ele sempre traz surpresas inevitáveis. Quem discorda disso, basta lembrar que faz um ano que, nesse mesmo final de 2019, vocês estavam fazendo o planejamento de 2020. E aí veio a pandemia e mudou todos os nossos planos”, analisa o professor e PhD em Antropologia e Sociologia.
O especialista ainda apontou cinco tendências que devem se cristalizar ao longo do próximo ano que precisam ser acompanhadas de perto pelas marcas:
1- Digitalização da vida, sobretudo em áreas como serviços bancários e até educação;
2 - Inclusão - Veremos diferentes perfis ocupando espaços antes restritos na Comunicação das marcas;
3 - Indignação - Vimos muitas marcas e pessoas sendo boicotadas ou “canceladas” por que não agem com transparência. A Cultura do Cancelamento vai se transformar e se tornar mais acirrada;
LEIA TAMBÉM: Cultura do cancelamento: como e por quê ela pode afetar sua marca
4 - Cuidado - Pessoas estão mais atentas às marcas que abraçam as causas. Marcas não empoderam ninguém. As causas são das pessoas;
5 - Lúdico - A “era da fofura” chegou para todos e o aspecto lúdico, colorido continuará transbordando na moda, nas embalagens, na linguagem dos emojis e em diversos cenários.
Novos diferenciadores sociais
Em um painel sobre tendências de comportamento sobre 2021, não há como não se falar sobre o impacto da pandemia. Na visão dos convidados, ela não trouxe nada de novo, apenas acelerou os processos que já vinham acontecendo e escancarou um problema crônico no Brasil: a desigualdade social.
“O coronavírus era democrático? Os anticorpos sociais para resistir ao coronavírus são muito diferentes. Enquanto a parcela mais rica se preocupava com álcool em gel, a gente tinha uma grande parcela que não tinha água encanada. Se fosse reformular o critério Brasil hoje, o home office seria um dos quesitos que pontuaria muito” analisa Renato Meirelles sobre a situação que a pandemia desencadeou no país.
O presidente do Instituto Locomotiva chama atenção ainda para uma fala de Kotler que ganhou ainda mais força nos últimos anos, sobretudo neste cenário recente da crise instalada pelo coronavírus. “Nem o Kotler acredita mais no aspiracional. A gente aprendeu e cresceu em um contexto desqualificando o consumidor. Adeus o aspiracional, bem-vindo o inspiracional” ressalta Meirelles.
Os especialistas lembraram também que já saímos da fase de “contar histórias” (storytelling) para “fazer as histórias acontecerem” (storydoing), com exemplos claros em meio à pandemia. Entre eles, foram citados as iniciativas de Heineken e Ambev para apoiar os bares, seriamente afetados pelo isolamento social, as grifes de moda que produziram máscaras para doação ou os empréstimos de carros da Volvo para profissionais da saúde e pequenos negócios.
Veja mais tendências sobre o Comportamento do Consumidor e a íntegra do painel no vídeo abaixo. E para ver todas as palestras do Key Trends 2021, acesse gratuitamente este link.
COMPARTILHAR ESSE POST