Alguns saem cheios de ideias, inspirados pelos debates e insights que ouviram. Outros carregam conteúdos e materiais com tanto carinho que parecem ter recebido um tesouro. Tem quem volte pra casa feliz da vida com um brinde maneiro, sentindo-se um verdadeiro caçador de souvenirs. E, claro, há aqueles que retornam com a caixa de e-mail abarrotada de mensagens do tipo:
“Oi, eu sou a Inês Perienntte da empresa Ben&Fícios e queria te apresentar nosso serviço...”
No meio disso tudo, surge a pergunta inversa:
E a sua marca, o que levou do evento?
Quando a resposta é algo como “temos uma lista enorme de leads” mas sem qualquer estratégia, aí pode contar que a chance de isso ser só um amontoado de dados é gigantesca.
Investir em eventos: mais que distribuir brindes, é sobre estratégia
Uma das perguntas mais comuns que se escuta por aí é: “Quais foram os resultados que os patrocinadores do RH Summit tiveram?” E geralmente a resposta soa como: “Não sabemos!”
Não é que falte vontade de descobrir, mas esse tipo de informação costuma não chegar.
Muitas empresas não mensuram devidamente ou levam um tempão até fechar uma negociação, e às vezes tudo é confidencial.

Mas uma coisa é inegável: se o patrocinador volta no ano seguinte, a experiência deve ter sido muito boa. Até porque ninguém entra num evento pra jogar dinheiro fora (pelo menos não de propósito).
O problema está nos que erram no básico e desperdiçam o baita potencial que um evento oferece. Vamos aos tropeços mais comuns:
1. Falta de estratégia e alinhamento de marketing
Você investiu, recebeu uma base de leads completinha e... tacou todo mundo no mesmo funil de nutrição, sem nem pentear os dados. A lógica é:
“Vamos atirar pra todo lado. Se pegar alguém, já tá bom!”
Só que as informações estão todas lá! Nome, cargo, telefone, e-mail, quantidade de funcionários, especialidade de RH, segmento da empresa... Tudo prontinho para separar quem é diretor, qual é a indústria, quantos funcionários a companhia tem etc. E, sinceramente, isso dá pra fazer sem precisar de super tecnologia ou de um robô superavançado que fala três idiomas (e latidos).
A consequência? A base se irrita com tanta abordagem generalista, começa a se descadastrar e sua marca perde a grande chance de criar um relacionamento. O evento gerou contatos quentes, só que ao tratar todo mundo por igual, sem segmentação e personalização, a probabilidade de conversão despenca.
2. Falta de alinhamento com o time comercial
Seu time de vendas nem sequer sabe que o evento rolou. Não participou de nenhuma palestra, não foi ver o estande, não tem ideia do contexto desses leads.
O resultado é um espetáculo de mensagens genéricas, tipo:
“Oi, eu sou a Inês Perienntte da empresa Ben&Fícios e queria te apresentar nosso serviço...”
Sem conexão, sem referência ao evento, sem menção ao momento do prospect. A pessoa ainda está digerindo as palestras incríveis que viu, quando de repente… AFFF! Chega aquela abordagem que parece clonada de uma planilha de 1997.
Se o seu comercial não recebe informações e não tem um discurso sintonizado com o que rolou no evento, você acaba de perder uma excelente oportunidade.
3. Dados? Temos! Organizados? Já tá querendo demais!
Uma base de leads é só a pontinha do iceberg. Ter um funil de marketing e vendas estruturado, saber medir resultados, conhecer o ciclo de vendas e monitorar a interação dos leads com a marca é o que realmente traz valor.
Se não existe processo, se as métricas são confusas e se você não faz a menor ideia de como esses contatos estão reagindo às suas mensagens, no fim do dia você só tem gente na planilha sem significado real para o seu negócio.
4. “Mas esses leads já estavam na minha base!”
Pode acreditar, é muito provável que boa parte deles já tenha interagido com a sua empresa antes. O que acontece é que, em eventos grandes e de nicho, a chance de aparecer um lead 100% inédito é pequena (a menos que você tenha acabado de surgir no mercado).

O que importa mesmo é como você tem nutrido esse relacionamento. Se a sua estratégia for só mandar e-mail frio ou ficar ligando pra todo mundo sem segmentar, fica difícil criar proximidade.
Evento é só o começo
Investir num evento não se resume a botar um estande bacana e distribuir brindes que fazem a gente pensar “uau, que legal, vou usar lá em casa”. A essência é ter um plano de longo prazo, integrar marketing e vendas, entender a base recebida e estabelecer conexões reais.
E, claro, se relacionar com a comunidade de RH!
ATENÇÃO: Estande não é armadilha
Em muitos eventos, basta chegar perto do estande da Marca X pra ser perseguido por alguém desesperado para capturar seu QR code. E o pessoal que tem cargo mais operacional quase precisa acionar um megafone pra receber atenção.
Cadê o relacionamento, minha gente? Alô? Lembre que todo analista de hoje pode muito bem ser o CHRO de amanhã!

Se você mede o sucesso de um evento só pela quantidade de canetas distribuídas ou pela performance do “QR code voador”, corre o risco de estar desperdiçando grana, tempo e reputação.
Mas se você utilizou o evento como parte de uma ação maior, alinhou com seu time comercial, organizou e segmentou os leads e criou uma estratégia de relacionamento, parabéns: você entendeu o verdadeiro valor de participar.
E sabe o que isso significa? Provavelmente vai repetir a dose no ano que vem!
Boas conexões, ótimas ideias e relacionamentos duradouros: é isso que deve ficar na bagagem, tanto para quem participa quanto para quem patrocina.
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