No final de maio, Taylor Swift passou pelo Santiago Bernabéu, estádio do Real Madrid, em mais um ato da longa e muitíssimo comentada “The Eras Tour”. A visita foi amplamente criticada por grupos de pessoas que acreditam que as modernas arenas da atualidade devem ser utilizadas, exclusivamente, para a prática do futebol.
No entanto, o modelo de negócios e eventos proposto pelo Real Madrid – bem como a receita obtida com a parceria – sugerem que a transformação dos estádios em palcos preparados para as demandas da indústria do entretenimento deve ser uma tendência seguida pelas empresas que administram as arenas.
Lavrando um contrato no modelo 70/30 com a Sixth Street e a Legends Hospitality, o clube espanhol embolsou 70% da receita do evento e recebeu um adiantamento na casa dos €360 milhões para receber a cantora. A verba foi incorporada ao montante de financiamento de futuras obras de modernização do estádio.
O movimento no Brasil
Nos últimos anos, alguns dos principais clubes brasileiros abandonaram estádios concedidos por terceiros. É o caso do Atlético Mineiro, por exemplo. O Galo deixou para trás o Mineirão, palco da conquista da Copa Libertadores, em 2013, e investiu cerca de R$500 milhões na construção da Arena MRV, inaugurada em 2023.
Desde então, o novo gigante do futebol mineiro recebeu grandes expoentes da indústria da música, como a banda Maroon 5 e o ex-beatle Paul McCartney – que também passou pelo Allianz Parque, estádio construído pelo Palmeiras em parceria com a WTorre.
Na avaliação de Ivan Ballester, CEO e Founder da Esporte Educa, a abertura das portas dos estádios para a realização de shows nacionais e internacionais é uma opção inteligente, pois permite que os clubes diversifiquem as fontes de receitas.
Ballester ressalta que o sucesso do acordo 70/30 entre o Real Madrid, a Sixth Street e a Legends Hospitality demonstra a importância de que os clubes brasileiros criem parcerias que garantam sustentabilidade e crescimento financeiro contínuo, evitando problemas de inadimplência comuns no mercado nacional.
Para isso, adotar uma visão de longo prazo, investir em gestão profissional e buscar parcerias estratégicas são passos fundamentais para transformar arenas em centros lucrativos e multifuncionais, garantindo às equipes um futuro financeiro mais sólido e sustentável e elevando o nível do futebol no país.
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