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O jogo mudou de campo: como a revolução digital tem transformado o consumo de esporte

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Tempo de Leitura 6 min

O jogo mudou de campo: como a revolução digital tem transformado o consumo de esporte
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O jogo mudou de campo: como a revolução digital tem transformado o consumo de esporte

Todo esporte que se preze costuma ser jogado dentro de linhas claras, seja num campo, quadra, pista ou arena. Mas, para quem vive o universo dos negócios do esporte, há muito tempo a disputa também acontece fora delas. Nos últimos anos, o consumo, a narrativa e até mesmo parte da emoção do torcedor migraram para novos ambientes, muitas vezes digitais e fragmentados. O jogo não está mais restrito ao intervalo entre o apito inicial e o resultado final: ele se prolonga em timelines, transmissões, aplicativos e comunidades online. É nesse território, cada vez mais mediado por algoritmos, que jornalistas, influenciadores, marcas e plataformas disputam a atenção e definem o futuro da relação entre esporte e audiência.

É uma transformação cheia de desafios, mas que abre oportunidades para quem deseja se conectar com a paixão do torcedor. Como executivo e sócio de um dos principais veículos do setor, tenho buscado entender qual é o equilíbrio entre qualidade, velocidade e relevância na cobertura esportiva, a fim de que o mercado avance sem perder de vista a confiança do público. 

Jogo aberto que cria oportunidades

A revolução digital barateou a produção e a distribuição de conteúdo, permitindo que novos players — de plataformas globais de streaming a influenciadores independentes — disputem a atenção do torcedor. Antes, a lógica era centralizada em poucos canais de TV; hoje, cada lance pode estar na telinha, no YouTube, num streaming pago ou até comentado por criadores digitais, ampliando as vozes que disputam a narrativa esportiva.

É um novo padrão de consumo, que começou com as lives do Facebook, mas vem ganhando força com a chegada de players, como o DAZN, streaming que detém vários direitos de transmissão. De forma imediata, a consequência principal dessa mudança foi a abundância de oferta. O torcedor nunca teve tantas opções, mas nunca foi tão difícil se organizar – e saber quais serviços assinar para ver seu time do coração. 

Oferecer clareza virou um serviço essencial no ecossistema esportivo. Como se pode perceber, a fragmentação do consumo gera uma oportunidade para quem se propõe a reduzir atrito. O torcedor não quer perder o gol do seu time navegando entre menus: ele precisa de uma experiência simples, direta e confiável. Quem conseguir oferecê-la terá relevância no meio editorial, bem como no relacionamento com marcas e anunciantes. Mais do que o volume de conteúdo, o grande diferencial dos próximos anos será criar valor para o público. 

No ataque e na defesa

Outro ponto central dessa transformação é a convivência entre jornalismo e entretenimento. Os veículos tradicionais carregam a missão de oferecer cobertura isenta e aprofundada. Por outro lado, muitos influenciadores e criadores de conteúdo partem de um lugar assumidamente clubístico, abraçando a paixão do torcedor como um diferencial competitivo. Ambos têm espaço e relevância, porque respondem a momentos diferentes de consumo.

Não consigo imaginar um torcedor que seja exclusivo de uma dessas duas esferas – assim como time nenhum joga só no ataque ou na defesa. Em uma manhã de segunda-feira, ele pode buscar a análise detalhada do clássico no domingo. À noite, por sua vez, pode rir de um debate carregado de emoção clubística. O erro está em supor que cada oferta é concorrente direta da outra. É fato que todas disputam o tempo e a atenção das pessoas, mas as propostas se complementam e refletem a pluralidade humana. 

O desafio é manter a coerência. Ao priorizar a isenção, precisamos sustentar o compromisso mesmo se houver pressão pela audiência. Já os criadores que assumem essa posição ganham credibilidade justamente por serem transparentes com seus vieses. Em ambos os casos, o que sustenta a relação é a confiança. É por isso que acredito num futuro de convivência: jornalismo e entretenimento podem coexistir, desde que cada um mostre em que campo quer jogar. 

Os árbitros invisíveis

Assim como o campo mudou, a arbitragem também se transformou. No universo digital, os juízes da cobertura esportiva são os algoritmos. Muitas vezes invisíveis, são eles que determinam que conteúdos aparecem, em que ordem e com que frequência. Para veículos, criadores e marcas, isso significa que parte da audiência estará sempre alugada, pois pertence às plataformas. 

Assim como qualquer aluguel, essa locação também tem vantagens e desvantagens. Hoje, as plataformas funcionam como grandes arenas de descoberta. Quem ficar apenas no aluguel de audiência terá dificuldade em sustentar um projeto de longo prazo; quem insistir em construir apenas o patrimônio próprio, porém, pode ter problemas para sobreviver. 

Por isso, acredito em uma estratégia ambidestra. De um lado, precisamos estar presentes nas redes, produzindo formatos nativos, rápidos e adequados ao ambiente. Por outro lado, é fundamental criar caminhos para trazer a audiência aos canais proprietários, nos quais a relação é mais direta, os dados são do veículo e é possível personalizar ainda mais a experiência. É hora de pensar no alcance, mas também na comunidade. A audiência de hoje almeja interagir, compartilhar e cocriar – e isso só é possível num espaço em que a confiança não depende das regras de uma plataforma terceirizada.

A base vem forte

Outro fator transformador vem da base – isso é, das novas gerações. Muitos jovens não se definem como torcedores de times, mas de um jogador específico. Outros descobrem o esporte por meio do videogame ou de competições, como os fantasy games – sem falar nas bets. Sem julgamentos, todos servem como portas de entrada, gerando novos pontos de contato e prolongando o tempo de atenção do torcedor.

Pesquisas mostram, por exemplo, que quem joga fantasy consome cerca de 40% mais conteúdo ao vivo do que quem não participa. É um sinal de que os jogos reforçam as transmissões tradicionais. 

Para veículos e marcas, a mensagem é clara: precisamos mapear e valorizar cada ponto de contato, uma vez que a jornada do torcedor deixou de ser linear há muito tempo. Quem descobre um atleta no Instagram pode assinar um app de notícias, ao mesmo tempo que quem faz uma fezinha pode querer uma análise detalhada do jogo. A diversidade está longe de ser ameaça: é uma oportunidade de expandir o relacionamento – e para isso, criar ecossistemas e trazer valor é o primeiro passo. 

Donos da bola – e da atenção

A tecnologia deve ser usada como ferramenta para intensificar a experiência, a paixão que o esporte desperta. Até porque há elementos que permanecerão inalterados: a força do “ao vivo”, a imprevisibilidade do resultado e a identidade coletiva que emerge de qualquer disputa são elementos que resistirão a qualquer mudança tecnológica. É o que diferencia o esporte de outras opções de entretenimento. 

Ver um jogo gravado nunca será o mesmo que vê-lo em tempo real. Acompanhar sozinho não tem a mesma força que assistir em comunidade, seja no estádio, em um bar ou mesmo com os amigos no WhatsApp. Esses elementos sociais e emocionais são insubstituíveis – e devem ser o norte de qualquer estratégia de cobertura. 

Nosso desafio, como indústria, é seguir potencializando essa essência em vez de diluí-la, gerando valor. Se perdermos essa missão de vista, corremos o risco de transformar o esporte em apenas mais um conteúdo no mar infinito da internet – e isso seria desperdiçar seu poder único de unir as pessoas. O jogo até pode ter mudado de campo, é fato. Mas o gol continua sendo o mesmo.

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Guilherme Guimarães

Guilherme Guimarães

Sócio do Lance! e lidera o time comercial da empresa

Sócio do Lance! e lidera o time comercial da empresa. Com mais de 15 anos de experiência em negócios do esporte e digitais, atuou em empresas de diferentes segmentos como Unilever, Twitter, Strava, e DAZN, acumulando expertise em gestão de marca, lançamento de produtos, relacionamento com clientes e liderança de equipes multidisciplinares. É formado em Jornalismo e Publicidade pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em Gestão do Esporte pela The University of Sheffield (Reino Unido) e possui formação executiva em Administração de Mídia, Entretenimento e Esporte pela Harvard Business School Executive Education. Além disso, ministra aulas de marketing esportivo na FIA Business School.

AUTOR

Guilherme Guimarães

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Sócio do Lance! e lidera o time comercial da empresa

Sócio do Lance! e lidera o time comercial da empresa. Com mais de 15 anos de experiência em negócios do esporte e digitais, atuou em empresas de diferentes segmentos como Unilever, Twitter, Strava, e DAZN, acumulando expertise em gestão de marca, lançamento de produtos, relacionamento com clientes e liderança de equipes multidisciplinares. É formado em Jornalismo e Publicidade pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em Gestão do Esporte pela The University of Sheffield (Reino Unido) e possui formação executiva em Administração de Mídia, Entretenimento e Esporte pela Harvard Business School Executive Education. Além disso, ministra aulas de marketing esportivo na FIA Business School.

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