“Liberar o poder do empreendedorismo feminino pode ter um efeito dramático sobre a economia de um país. A pesquisa suporta claramente a afirmação de que as coisas importantes precisam ser consertadas para que o empreendedorismo feminino possa sobreviver e prosperar”.
Esta é a afirmação de Karen Quintos, Diretora de Marketing (OCM) e Vice-Presidente Sênior da Dell na reunião anual da Dell Women Empreneurs Network (DWEN).
Por que Empreendedorismo Feminino?
Trago hoje o real motivo para o empreendedorismo feminino ser estrela recorrente na imprensa e nas reuniões de grandes companhias. Essas informações são tão relevantes que vão mudar a sua forma de como fazer negócio e até enxerga o mercado. Essas informações que hoje são pouco acessíveis.
Quando criei o IAPRENDI, (minha empresa) a prioridade foi (e continua sendo) dar voz e oportunidades as mulheres empreendedoras, extinguindo a segregação deturpada.
Somos indivíduos únicos e, como tal, não podemos ser comparados e colocados em caixas. Então, não faz sentido quando falamos em gênero, tentar igualizar a forma de fazer negócio. Uma visão complementa a outra e ambas podem viver em sintonia.
Com esta afirmação trago em pauta a liberdade da mulher ser quem deseja ser em sua integralidade do ser humano. Uma pesquisa realizada na Índia e desenvolvida pela GEDI sobre empreendedorismo feminino mostra como esse mercado está mudando.
Para onde o futuro está indo?
O índice de Empreendedorismo Feminino mede o desenvolvimento do empreendedorismo feminino de alto potencial em todo o mundo.
Este índice utiliza da metodologia da GEDI (GLOB) e é usado para capturar os aspectos multidimensionais de um empreendimento.
Diversas empresas, em mais de 70 países, usam esses dados combinados com outras variáveis de nível individual e institucional, criando pilares que buscam fomentar a equidade de gênero no mercado.
Aumentar a igualdade de gênero no mercado de países em desenvolvimento pode aumentar em até 25% a produtividade laboral, diz a pesquisa realizada pelo banco Mundial.
Isso porque ambientes que promovem o mix de ideias permitem contrapor paradigmas e soluções óbvias, gerando espaço para questionamento e para uma inovação genuína.
E há novos estudos mostrando que o faturamento pode dobrar se houver equilíbrio entre homens e mulheres da liderança.
A Alemanha é um dos países que adotou a estratégia e hoje é preciso ter no mínimo 30% de mulheres em cargos da alta cúpula, tanto públicas e privadas.
Os dados são provenientes de conjuntos de informações reconhecidas internacionalmente, incluindo órgãos como:
- Monitor Global de Empreendedorismo;
- Organização Internacional do Trabalho,
- Fórum Econômico Mundial;
- Banco Mundial;
- UNESCO;
- Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas.
Os dados e pontos coletados destacam questões relevantes para o desenvolvimento e crescimento do empreendedorismo feminino.
Eles contêm três principais subíndices que medem a qualidade de:
1 - O ambiente empresarial; 2 - O ecossistema empresarial; 3 - Aspirações empresariais das mulheres.
Separei alguns dados relevantes que justificam a importância de falarmos sobre empreendedorismo feminino:
- 40% dos trabalhadores do mundo são mulheres;
- 200 milhões de empresas foram abertas por mulheres desde 2012 em 83 países;
- 90% das empreendedoras fazem dupla jornada;
- 40% das empreendedoras tem entre 19 e 39 anos;
- 54% das empreendedoras estão entre 40 e 64 anos;
- 84% das empreendedoras eram assalariadas antes de empreender no negócio atual;
- 15% é o número de empreendedoras que trabalham por conta própria, contra 85 dos homens;
- 23,5% é o aumento de empreendedoras que empregam nos últimos 10 anos no Brasil;
- Mais de 52% das empresas, abertas desde 2015 no Brasil, são lideradas por mulheres;
- Em 10 anos o número de empreendedoras e chefes de família no Brasil, saltou de 6,3 milhões para 9,3 milhões;
- A educação familiar e comunidades são onde as mulheres estão dispostas em investir seus lucros.
Esses dados mostram que a mudança será definitiva o que está em jogo é a forma que será feito a mudança.
O efeito delas no mercado
Na Alemanha, alguns anos atrás, instituíram cotas de 30% em todos os ambientes privados e públicos. Logo, essa meta fez com que a economia do país crescesse mais de 20% somente dando espaço a elas.
No Estados Unidos elas representam mais de 47% dos negócios de todo o país. Estamos falando de uma economia dominadora mundialmente falando e com um ticket médio diferenciado para maior parte do mundo.
No México, 44% dos empregos são criados por empresas comandas por elas. Do mesmo modo, somente 16,6% das empreendedoras tem acesso à educação empreendedora.
Estamos falando de um país com desafios muito parecidos ao Brasil em criar barreiras para o crescimento do empreendedorismo feminino e as mulheres no ambiente corporativo. As empresárias encontram dificuldade de acesso a capital e educação empreendedora.
Além disso, existem muitas semelhanças quando falamos de índices de violência doméstica, feminicídio e sexismo.
O que fez o México mudar os números em poucos anos e despontar como economia competitiva?
Felizmente ou não, as atividades econômicas estão diretamente ligadas a economia dos Estados Unidos. E como acontecem com muitas empresas, suas matrizes em países desenvolvidos colocaram a meta de quebrar essa cultura deturpada que coloca a mulher a margem da economia.
O Estados Unidos, "impulsionou" o México a olhar para as mulheres empreendedoras. Imediatamente, em poucos anos alcançaram quase o mesmo resultado que o Brasil e com problemas maiores que os nossos na quebra de cultura.
Há necessidade de olhar para a mudança econômica que o empreendedorismo feminino no Brasil criou. Porém, o nosso país continua na discussão básica de guerra dos sexos.
O Brasil aumenta seu poder econômico e o PIB apoiando e abrindo espaço para elas. Muitos países já estão na vanguarda e mostram que não fazer o mesmo é deixar dinheiro na mesa.
Para encerrar, te trago a seguinte reflexão:
O empreendedorismo feminino e a tecnologia mudaram como o mundo faz negócio.
O que acha dessa minha afirmação?
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