O anúncio sobre o fim do programa de fact checking nas redes sociais da Meta pegou muita gente de surpresa. Algumas marcas, contudo, não estão se preparando para esse novo momento de consumo de mídia online. Afinal, se sua empresa não trabalha com a disseminação direta de informações, como no caso do jornalismo, por exemplo, qual seria a preocupação em relação a checagem de fatos?
A verdade é que o impacto dessa mudança pode afetar as campanhas de marketing e a imagem de marcas de qualquer segmento. Primeiro porque torna-se mais difícil estabelecer uma relação de confiança com o público, que agora será naturalmente mais desconfiado em relação a tudo que consome na internet. Além disso, a própria organização fica vulnerável a ataques e “cancelamentos”, mesmo com base em mentiras ou meias verdades. Sem o apoio das plataformas para combater essas situações, sobra para a empresa lidar com essas possibilidades.

Para isso, é preciso atuar com brand safety. Trata-se de um trabalho de monitoramento, análise e ajustes da comunicação da marca, com práticas transparentes e éticas sem perder o dinamismo e agilidade que o meio digital exige. As campanhas devem ser desenvolvidas com base nessas ações, para garantir a maior segurança possível na hora da veiculação.
E não é exagero se preparar: sem a checagem de fatos “oficial”, a comunidade é quem define se um conteúdo é falso ou não. Isso pode incluir vieses negativos e até mesmo grupos espalhando fake news de propósito. Para não falar que a quantidade de posts circulando o tempo inteiro é imensa, e nem sempre haverá pessoas dispostas a questionar e pesquisar verdadeiramente a veracidade de cada um.
Conforme a novidade for implementada, teremos mais insights sobre como o público reagirá. As notas da comunidade já existem no X (Twitter), e há uma variedade considerável no modo como são usadas — em alguns casos, são aplicadas corretamente e corrigem informações falsas, enquanto em outros, reforçam a mentira ou são utilizadas para ofender o postador. Como cada rede social tem suas particularidades, não dá para afirmar que o uso seria igual no Instagram ou no Facebook.

De qualquer forma, o preparo é sempre a melhor opção. As marcas precisam continuar presentes digitalmente e as principais redes sociais seguem sendo o melhor meio de contato com os consumidores, então é preciso se adaptar às transformações das plataformas. Independentemente da sua área de atuação, toda empresa também é uma fonte de informações sobre seu segmento, produtos e serviços. Cultivar credibilidade e reputação é mais importante do que nunca, o que faz com que se proteger contra os impactos da falta de checagem de fatos seja mais do que uma obrigação: é uma estratégia de sobrevivência.
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