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Microalegrias: o novo luxo emocional que conecta marcas e pessoas

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Tempo de Leitura 3 min

DATA

3 de jun. de 2025

CATEGORIA

Notícias

pequenas alegrias

O mundo experimenta a era de exaustão crônica. Crises econômicas, instabilidade global e fadiga emocional vêm redefinindo as prioridades dos consumidores em todo o mundo. Nesse cenário desafiador, surge um novo paradigma comportamental: as microalegrias — momentos breves, mas poderosos, de prazer, conforto e bem-estar.

Segundo o relatório Consumidor do Futuro 2026, da WGSN Insight, esses instantes de leveza emocional não são apenas desejáveis — eles se tornam uma necessidade prática e emocional, moldando as formas de consumo, as experiências de marca e o design de produtos e serviços.

O conceito de glimmers, cunhado pela psicoterapeuta Deb Dana, descreve essas pequenas fagulhas de emoção positiva que, ao contrário dos gatilhos (triggers), despertam segurança e alegria. Neurocientificamente, esses momentos ativam o nervo vago, impactando positivamente o humor, os batimentos cardíacos e a sensação de bem-estar, especialmente relevantes para consumidores lidando com ansiedade, estresse ou burnout.

Marcas como facilitadoras de bem-estar emocional

Embora as microalegrias sejam pessoais, as marcas têm um papel estratégico ao estruturá-las em suas entregas. Experiências sensoriais, serviços acolhedores e design emocional se tornam diferenciais competitivos. Com 61% dos consumidores globais desejando sentir emoções profundas e 63% buscando vivências multissensoriais, a demanda é clara: sentir virou um KPI emocional de valor.

No setor de hospitalidade, o design passa a ser uma ferramenta para provocar emoções positivas e gerar experiências memoráveis. A estética do otimismo se expressa por meio de:

Saturação de cores - Cores primárias, neon e blocos contrastantes injetam energia e criam zonas visualmente estimulantes — ideais para experiências instagramáveis. Efeitos ombré, gradientes e padrões arco-íris aparecem em paredes, tetos, estofados e até louças, ativando a curiosidade visual e sensorial.

Hipertextura - Texturas inesperadas estimulam o toque e ampliam a fisicalidade da experiência. Materiais felpudos, inflados e almofadados criam uma sensação tátil de conforto, remetendo à infância e à diversão. O restaurante Zenon, em Dubai, por exemplo, serve bebidas em copos com pontas, despertando sensações únicas e memoráveis.

Na indústria da beleza, a exaustão levou ao fenômeno do beauty burnout. Como resposta, os consumidores adotam o autocuidado como refúgio emocional. A tendência de beauty glimmers aposta em micro-momentos de prazer que unem estética, funcionalidade e bem-estar.

As oportunidades para marcas passam por produtos que incentivem o prazer da pausa, do descanso e do autocuidado sem culpa; embalagens e serviços que despertem os sentidos com aromas, sons e texturas e narrativas que celebrem a beleza como afeto e não como obrigação.

Outro ponto mostrado na pesquisa é que os consumidores skintentional estão dispostos a investir em objetos que unam função, beleza e valor emocional. A tendência dos beautilities aponta uma nova estética do luxo: artesanal, personalizada e multissensorial.

Cases que inspiram

Fara Homidi: nécessaire em couro alternativo que amacia com o tempo, tornando-se mais afetiva.

Sonia G.: pincéis inspirados no Monte Fuji, com técnicas japonesas tradicionais.

Aveda + Iris van Herpen: acessórios capilares com design futurista.

Documents: joias perfumadas que liberam aroma ao toque.

Cartier: aposta em experiências exclusivas, como a criação de perfumes personalizados em Paris, elevando o consumo à arte e à memória afetiva.

Do burnout à recuperação: uma nova visão de bem-estar

A valorização das microalegrias é uma resposta à chamada “grande exaustão”. O novo luxo não está mais nas coisas, mas nas pausas, nas pequenas recompensas e na reconexão sensorial com o presente. Conceitos como a “aposentadoria em microdoses” — viagens curtas, experiências leves e sabáticas pontuais — ganham tração, sobretudo entre a Geração Z.

Algumas marcas já estão avançando no tema. O Pinterest registra crescimentos de 70% em buscas por “hotéis para staycation” e 60% por “vida tranquila”. A Self Space, no Reino Unido, planeja levar terapia sob demanda para centros comerciais — democratizando o cuidado emocional. No mercado de trabalho, empresas como PayPal, Meta e Adobe já oferecem momentos sabáticos antecipados à equipe.

Se o futuro do consumo passa por experiências emocionais autênticas, sensoriais e cheias de propósito, o desafio é claro: transformar cada ponto de contato em um momento que valha ser sentido e lembrado.

Como as marcas transformam histórias em experiências reais?

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Priscilla Oliveira

Editora

Jornalista especializada em Marketing e comunicação corporativa. Traduz temas complexos em conteúdos acessíveis e relevantes para profissionais da área.​

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