Para bloquear conteúdo com apelo sexual, o Facebook passou a banir fotos com seios expostos, sejam eles em fotos artísticas, de amamentação ou com qualquer outra conotação que impede a publicação de conteúdo onde sejam visíveis mamilos femininos. O movimento “Free the nipple” vem trabalhando há anos para que a plataforma atue melhor nesses casos, já que seria possível filtrar o que seria ofensivo ou não.  Agora, a situação pode estar prestes a mudar, já que o conselho de supervisão da Meta – composto por académicos, políticos e jornalistas – propõe que a Meta mude as normas da comunidade no que concerne à atividade sexual e à nudez, para que sejam “guiadas por critérios claros que respeitam os direitos humanos internacionais”. O conselho conclui que “a política é baseada em perspectivas binárias da identidade de gênero e na distinção entre corpos femininos e masculinos”, o que faz com que as regras em relação às imagens de mamilos sejam “pouco claras” no que diz respeito aos usuários transexuais, não-binários e intersexuais. Assim, recomenda que a Meta “defina critérios claros, objetivos e respeitáveis dos direitos”. A recomendação chega depois de uma publicação no Facebook, onde um casal transsexual e não-binário aparecia seminu, mas com os mamilos tapados, ter sido retirada. Outros usuários reportaram a publicação, que foi revista por um sistema de inteligência artificial e eliminada. Após recorrer da decisão, o casal viu a publicação ser restituída pelo Facebook. De acordo com o The Guardian, a Meta aceitou a recomendação do conselho de supervisão, salientando que está constantemente revendo as suas políticas para fazer das suas plataformas lugares seguros para todos. “Sabemos que podemos fazer mais para apoiar a comunidade LGBTQIA+ e isso significa trabalhar lado a lado com conhecedores da comunidade e organizações em diversos assuntos.” Contudo, a revisão das normas não significa que os sistemas de AI consigam colocar em prática: como a tecnologia distinguirá entre um casal a tentar angariar dinheiro para conseguir fazer uma cirurgia de remoção dos seios de alguém a solicitar sexo? A resposta ainda não é clara. Ainda assim, a recomendação chega como um avanço positivo para aqueles que têm alertado para a diferenciação discriminatória destas redes sociais entre ser possível mostrar mamilos masculinos, mas não femininos – vistos como inerentemente sexuais. Leia também: 90% do conteúdo online poderá ser gerado por IA até 2025