O movimento que começou forte nas grandes agências tem ganhado espaço nas “operações” de TI, fazendo com que cientistas de dados e programadores pensem cada vez mais na atratividade do produto.
Com a crescente demanda por soluções digitais e pela promoção da melhor experiência para seus clientes, diversas empresas ao redor do mundo passaram a se aventurar em novas propostas, completamente fora da caixa, para promoverem “momentos inesquecíveis”. A união dos conceitos de marca, experiência e tecnologia começou forte nos EUA em 2015 e vem ganhando proporções inimagináveis, com a Tesla concentrando todo o seu processo de vendas pela Internet, sem revendedor, ou a Domino's introduzindo emojis de pizza, drones e pedidos sem clique, por exemplo.
Aqui no Brasil, grandes agências vêm apostando forte nesse movimento, renovando seus times, ampliando suas áreas de atuação e usando a criatividade para promover ações com ganhos reais, sem um único anúncio. O problema, entretanto, está na falta de capacidade técnica para entregar uma solução de ponta a ponta, capaz de ser inovadora e ao mesmo tempo promover uma experiência digital com retorno efetivo, geração de insights para novas tomadas de decisão, visão analítica com a estruturação de dados, integração, tratamento, saneamento e aplicação de práticas de governança. E aí que o cenário muda quando empresas de Tecnologia começam a falar de Marketing.
O movimento que começou forte nas grandes agências tem ganhado espaço nas “operações” de TI, fazendo com que cientistas de dados e programadores pensem cada vez mais na atratividade do produto, no impacto da ação, na experiência do usuário e no crescimento financeiro que ele pode gerar. E em meio à corrida acelerada pela pandemia, a concorrência entre as agências de Marketing e Publicidade ganhou mais um forte competidor.
Mundo afora, empresas de Tecnologia têm anunciado aquisições de agências de propaganda, concentrando a expertise técnica e somando seus conhecimentos à competência que as agências aportam neste universo ainda pouco explorado por elas. Este movimento tem provocado uma nova ordem econômica, com transformações nos modelos de negócio e de remuneração das agências, a redução das grandes verbas publicitárias e a realocação de investimentos para novos players suportados por novas tecnologias; além de promover o aumento dos orçamentos de Marketing para a aquisição de soluções digitais.
Dados divulgados pelo Gartner não me deixam mentir. Segundo estudo recente, os negócios digitais representam a tendência dominante para o final de 2020 e início de 2021, com segmentos de vanguarda como Cloud Computing e aplicações para Core Business, Segurança e Experiência do Cliente. E até 2024, as empresas serão forçadas a acelerar seus planos de Transformação Digital em, pelo menos, cinco anos para sobreviver em um mundo pós COVID-19, o que envolve uma adoção permanente do trabalho remoto e pontos de contato digitais para os clientes.
Além do impacto no modelo econômico com o qual estávamos acostumados, a soma de todos esses fatores tem promovido, ainda, uma revisão estrutural única nas organizações, abrindo espaço para o surgimento de grupos nacionais locais, com altíssima competência e profundo conhecimento técnico e de negócio. O anúncio recente da parceria entre a brasileira Qintess e a GH branding reforça essa tese e mostra que neste novo mercado se sairá melhor quem tiver mais agilidade e competência de entrega ponta a ponta.
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