Quando Luana iniciou sua carreira como empresária aos 17 anos, ela ainda estudava para ser aprovada no concurso de medicina. Mesmo com a rotina estabelecida, ela descobriu que sua criatividade poderia lhe abrir portas antes inimagináveis. Pensando em obter uma renda extra, decidiu vender uma blusa em um brechó online, além de filtros para redes sociais.
Motivo? Ter condições de comprar as roupas que via as influencers usando. O que ela não esperava é que daquela atitude aparentemente simples, viria uma grande e positiva reviravolta em sua vida: ali nascia a grife LA’s Clothing que, hoje, é amada por uma comunidade fiel que é capaz de zerar os estoques da loja em questão de minutos.
Mas essa não é uma tarefa fácil e ela sabe disso. No mundo dos negócios, uma boa estratégia de Marketing é capaz de levar o nome de uma empresa a lugares inimagináveis. Existem alguns meios e técnicas bem eficazes de alcançar isso, mas a empresária Luana Amy, de 21 anos, encontrou na humanização a melhor maneira de alavancar a sua grife.
Mesmo sem muitas pretensões, ainda no início da LA’s Clothing, ela entendeu que estabelecer conexão com seu público era importante. Hoje, a comunidade que a acompanha é repleta de seguidoras e clientes fiéis, daquelas que vendem a marca só pelo carinho e vínculo que foi estabelecido.
“Tudo que fazemos até hoje, já fazíamos desde quando criei o perfil nas redes sociais. Não houve um rebranding, tudo foi, literalmente, desde o início. Obviamente, eu não tinha o embasamento que temos hoje e, com o passar do tempo, as estratégia utilizada foi ganhando fundamentos, embasamentos teóricos que as tornavam ainda mais fortes. Através dos números, que eram bem expressivos, foi possível enxergarmos que, de fato, dava certo”, diz Luana Amy, fundadora e CEO da LA’s Clothing.
Aos 21 anos, a empresária detalha que a adoção de estratégias em 360° em todos os pontos da marca, hoje, são bem mais calculadas, mas que, no começo do empreendimento, funcionava “como se fosse na intuição”. Ela explica que a empresa foca em todo o processo, desde a pré até o pós. Luana explica também a forte relação de comunidade que possui com clientes. Ou seja, em todos os pontos da marca, seja no site ou nas redes sociais, a empresa faz questão de lembrar que as clientes são importantes e fazem parte de tudo aquilo.
“A verdade é que temos até um perfil secundário, onde contamos mais segredos da loja e da minha vida pessoal para que, realmente, elas possam associar uma figura humana à LA’s Clothing. Acredito que isso faz com que elas tenham certeza de que conhecem quem está ali, sabem quem produz as peças e que podem se identificar com tudo aquilo. Além disso, também temos um branding muito forte, então, dificilmente, elas vão ser pegas de surpresa negativamente com algum produto que não reconheçam e não associam à marca”, diz.
O que é humanização de marca e por que é tão importante?
De forma ampla, humanizar uma marca faz com que ela seja próxima do cliente, como se fosse uma pessoa falando diretamente com outra. Nessa estratégia, não há (quase) nenhum tipo de barreira, já que a relação entre ambos é bastante conectada. Para Luana, apesar de ter dado muito certo no seu contexto, essa não é uma regra.
“Não vejo necessidade da marca ser vista como amiga do cliente e também não acredito que fazer diferente seja prejudicial. Na verdade, acredito que isso é determinado a partir da imagem que a marca deseja passar. A comunicação transfere exatamente a mensagem que o produto quer passar, então, por exemplo, se uma grife extremamente luxuosa quer passar sofisticação e elegância, não faz sentido ela causar a sensação de acessibilidade. Certamente, é algo que não faz parte dessa persona e isso não quer dizer que seja positivo ou negativo”, analisa.
Entretanto, para marcas que criam essa relação de comunidade e parceria, o resultado é muito bom. “Na LA’s, essa estratégia atende exatamente o objetivo que queremos e só traz benefícios, seja quando precisamos saber o que a comunidade quer ou para se fortalecer e ver todos usando os produtos. Realmente, é uma relação de amiga, de carinho, e quando você tem carinho por algo, você indica, compartilha. Sinto como se, a cada passo da marca, todas as consumidoras crescessem juntas e isso é incrível!”, Luana reflete.
Além da estratégia de humanização, Luana também contou com a visibilidade de influencers para obter um alcance ainda maior: “Sempre fui uma pessoa muito focada em influencer. Eu acompanhava e consumia bastante, então, conseguia sentir os pontos que me faziam querer consumir algo. Por isso, desde o começo, também entendia muito a questão do engajamento e sabia quais tipos de comportamento nos meus conteúdos iam fazer as pessoas quererem continuar ali, interagindo e se sentindo parte”.
A executiva afirma que esse foi o diferencial da empresa. Como já tinha clientes fiéis, e precisava fazer algo para expandir, ela tornou elas as próprias influenciadoras. “Mesmo o Marketing orgânico do unboxing que cada uma fazia, abrindo a caixa e mostrando o que era, já nos dava resultado. A nossa campanha seria só um empurrãozinho e a divulgação ainda seria feita por quem realmente amava a marca, além dos posts que já sabíamos que falavam diretamente com o estilo de quem nos seguia. Na época, com 20 mil seguidores, tínhamos posts com seis mil likes e aumentava, em média, dois mil seguidores. Então, realmente, o intuito, desde o começo, era que a LA’s se tornasse a própria influencer”, detalha.
Luana completa afirmando que, sim, acredita que ser uma empresária jovem a ajudou a entender melhor como funciona esse público: “Acho que fez toda diferença. Se eu deixasse pra começar um pouco mais velha, talvez nem tivesse começado porque eu já teria noção do que viria pela frente. Hoje, enxergo que não ter muita noção sobre o que me esperava me deu a oportunidade de arriscar mais e ousar, até porque, vejo muitas meninas se cansando de influencers fazendo propaganda, mas conosco acontece o contrário. Então, verdadeiramente, acredito nisso como um novo movimento de mercado em que as pessoas entendem que a conexão é extremamente valiosa”, finaliza.
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