<p><strong>Marketing entre empresas</strong></p><p>Por Marcelo Miyashita*</p><p>Muito tem se falado sobre marketing de relacionamento, ou seja, a aplica&ccedil;&atilde;o de t&aacute;ticas de marketing para regularizar, promover e aproximar rela&ccedil;&otilde;es interessantes para o neg&oacute;cio. O universo B2B (business to business) tem nessa pr&aacute;tica uma aliada e &eacute; dessa fonte que muitas empresas que praticam o B2C (business to consumer) v&ecirc;m buscando inspira&ccedil;&otilde;es para delinear boas t&aacute;ticas nas suas rela&ccedil;&otilde;es com o consumidor. A busca pela excel&ecirc;ncia, estimulada pela competi&ccedil;&atilde;o, demonstra que al&eacute;m de investir em conquistas de novos clientes &eacute; igualmente, ou mais importante, mant&ecirc;-los. E o B2B, pelas suas caracter&iacute;sticas, tem nas pr&aacute;ticas das rela&ccedil;&otilde;es corporativas sua principal ferramenta de trabalho. </p><p>No B2B relacionamento &eacute; tudo. Como o n&uacute;mero de envolvidos - comparativamente - &eacute; bem menor, h&aacute; mais integra&ccedil;&atilde;o entre as organiza&ccedil;&otilde;es e transa&ccedil;&otilde;es com mais freq&uuml;&ecirc;ncia. No entanto, esse bem menor n&atilde;o significa poucas rela&ccedil;&otilde;es na ponta do dedo. Como o B2B envolve contatos entre parceiros de neg&oacute;cios (fornecedores, intermedi&aacute;rios, stakeholders e clientes corporativos), grandes organiza&ccedil;&otilde;es podem chegar a n&uacute;meros que ultrapassam a casa dos milhares. A&iacute; j&aacute; n&atilde;o d&aacute; mais para tratar as rela&ccedil;&otilde;es corporativas como uma responsabilidade particular de cada um na companhia. Em nome da performance &eacute; necess&aacute;rio estruturar e gerenciar as rela&ccedil;&otilde;es corporativas. Fa&ccedil;a a conta, uma empresa se relaciona com muito mais do que imaginamos. </p><p>Empresas negociam mutuamente em diversos n&iacute;veis, por meio de v&aacute;rias pessoas de diferentes departamentos. A qualidade do neg&oacute;cio est&aacute; associada &agrave; efici&ecirc;ncia de todos na forma como o servi&ccedil;o &eacute; prestado e - a&iacute; est&aacute; o ponto - no jeito como o relacionamento se desenvolve. N&atilde;o basta s&oacute; atender ao parceiro, para faz&ecirc;-lo da melhor forma &eacute; necess&aacute;rio conhecimento, intera&ccedil;&atilde;o, compreens&atilde;o e constante inova&ccedil;&atilde;o. E s&oacute; com relacionamentos geridos e estruturados consegue-se isso. A cada intera&ccedil;&atilde;o gera-se informa&ccedil;&atilde;o e conhecimento que poderiam ser compartilhados, a fim de que todos tenham uma percep&ccedil;&atilde;o &uacute;nica.</p><p>Lembrando que a gest&atilde;o de pessoas est&aacute; intimamente ligada &agrave; lideran&ccedil;a e &agrave; forma como elas se respeitam e se relacionam internamente. No entanto, pode ser potencializada se tiver apoio estrutural por meio de t&aacute;ticas de relacionamento: eventos formais, comunica&ccedil;&otilde;es dirigidas e a&ccedil;&otilde;es institucionais. </p><p><span class="texto_laranja_bold">Relev&acirc;ncia</span><br />E para uma boa pr&aacute;tica n&atilde;o basta s&oacute; a permiss&atilde;o do relacionamento. &Eacute; preciso trabalh&aacute;-la com a palavra-chave das rela&ccedil;&otilde;es: relev&acirc;ncia. Da mesma forma que bons profissionais compreendem a necessidade de estabelecer contatos sempre com motivos relevantes - sob pena de se tornarem inconvenientes - o marketing nas rela&ccedil;&otilde;es corporativas deve tamb&eacute;m respeitar essa m&aacute;xima. Por exemplo: muitas empresas mant&ecirc;m revistas corporativas para o mercado, por&eacute;m nem todas cont&ecirc;m editorial direcionado - ainda &eacute; comum encontrarmos publica&ccedil;&otilde;es que mais parecem folhetos publicit&aacute;rios. &Eacute; do interesse da empresa se promover, mas realizado no exagero, torna-se uma comunica&ccedil;&atilde;o irrelevante. Com isso a permiss&atilde;o &eacute; revogada e a empresa acaba tornando-se spammer &ndash; ou seja, a comunica&ccedil;&atilde;o vai para o lixo sem mesmo ser aberta. A relev&acirc;ncia est&aacute; atrelada ao conhecimento sobre as necessidades, aspira&ccedil;&otilde;es e interesses do p&uacute;blico corporativo. Com essa consci&ecirc;ncia, a comunica&ccedil;&atilde;o deixa de ser um informativo para se tornar um canal de presta&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os relevantes. </p><p><span class="texto_laranja_bold">Informa&ccedil;&atilde;o</span><br />No entanto, antes do alinhamento do conte&uacute;do, &eacute; necess&aacute;rio captar e tratar a base das a&ccedil;&otilde;es do relacionamento: a informa&ccedil;&atilde;o. &Eacute; f&aacute;cil quando temos opera&ccedil;&otilde;es com poucos envolvidos, nessa situa&ccedil;&atilde;o a informa&ccedil;&atilde;o pode ficar na mem&oacute;ria de cada um - quando s&atilde;o poucos a proximidade pessoa-pessoa estimula o circular da informa&ccedil;&atilde;o. Mas e quando temos milhares de contatos e a empresa centenas de pessoas que atendem, vendem, faturam, cobram, entregam e prestam servi&ccedil;os p&oacute;s-venda? A&iacute; &eacute; necess&aacute;rio transformar essa mem&oacute;ria individual numa mem&oacute;ria coletiva. Podem-se utilizar sistemas e softwares para integr&aacute;-las e compartilh&aacute;-las como programas de PRM (Partner Relationship Management), um tipo de software de gest&atilde;o de informa&ccedil;&atilde;o, similar ao CRM (C de Consumer), que gerencia as intera&ccedil;&otilde;es e transa&ccedil;&otilde;es entre empresas. H&aacute; v&aacute;rias solu&ccedil;&otilde;es no mercado. Contudo, assim como o pr&oacute;prio CRM, n&atilde;o &eacute; porque se t&ecirc;m softwares que h&aacute; efetivamente boas a&ccedil;&otilde;es de relacionamento. </p><p>Informa&ccedil;&atilde;o gerenciada &eacute; importante, por&eacute;m, n&atilde;o &eacute; um fim em si mesma. &Eacute; preciso trabalh&aacute;-la e prover a&ccedil;&otilde;es estruturadas de relacionamento que ap&oacute;iem a j&aacute; existente rela&ccedil;&atilde;o pessoa-pessoa que h&aacute; dentro dos neg&oacute;cios corporativos. Marketing nas rela&ccedil;&otilde;es corporativas &eacute; suporte e potencializa contatos profissionais que, pela natureza do B2B, formam sua base e fator cr&iacute;tico de sucesso das organiza&ccedil;&otilde;es.</p><p>* Marcelo Miyashita &eacute; consultor e palestrante da Miyashita Consulting. &Eacute; professor de MBA e p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o. Atualmente leciona nas institui&ccedil;&otilde;es: C&aacute;sper L&iacute;bero, FGV EAESP GVpec, Madia Marketing School, IMES, Unip e IBModa. E &eacute; colunista do Mundo do Marketing.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Leia tamb&eacute;m<br /></span><a href="../2006/ver_reportagens.asp?cod=578" target="_blank">Marketing B2B</a> <br /><a href="../2006/ver_coluna.asp?cod=299" target="_blank">Por que usar o marketing direto no mercado B2B?</a> </p><p><span class="texto_laranja_bold">Acesse</span><br /><a href="http://www.miyashita.com.br" target="_blank">www.miyashita.com.br</a></p>
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